São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 2011

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Rio se divide entre críticas e celebração

2014 Ícones do futebol vão contra euforia e sentem falta da seleção

SÉRGIO RANGEL
DO RIO

Os boleiros reclamaram da decisão da Fifa de colocar a seleção brasileira para jogar no Maracanã somente na final da Copa do Mundo.
Já os políticos e empresários do Rio comemoraram a escolha da entidade que controla o futebol no planeta.
A Fifa anunciou ontem que o estádio carioca será o recordista de jogos no Mundial (sete), mas a equipe nacional só entrará na reformada arena se conseguir alcançar a última partida da competição.
"Acho um absurdo. O Rio vai gastar tanto dinheiro para reconstruir o estádio, e a Fifa só reserva um jogo da seleção para cá. Não gostei", afirmou Zagallo, que conquistou quatro títulos mundiais pela seleção (1958, 1962, 1970 e 1994) e assistiu à derrota dos brasileiros na Copa de 1950 no Maracanã lotado.
A obra do Maracanã é estimada em quase R$ 1 bilhão. O valor será pago pelo governo do Estado. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) financia parte da obra.
O estádio será totalmente reformulado e terá a capacidade reduzida dos atuais 86 mil lugares para 80 mil.
Maior artilheiro da história do Maracanã, Zico foi outro que lamentou a decisão.
"É uma pena que isso tenha acontecido. Por tudo que o estádio representa para o futebol brasileiro, acho que a seleção teria que jogar uma partida lá na primeira fase", afirmou o ídolo do Flamengo, que ocupa atualmente o cargo de técnico do Iraque.
Antigo desafeto de Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do COL (Comitê Organizador Local), Zico participou em julho do sorteio que definiu as chaves das eliminatórias da Copa de 2014.
A presença de Zico no evento foi um sinal da sua reaproximação com Teixeira.
O presidente da ABIH-RJ (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), Alfredo Lopes, aprovou a escolha da Fifa. "Só temos que comemorar. Com os sete jogos, a cidade terá uma maior exposição internacional. A decisão mostrou que o Rio merece e está na moda", afirmou Lopes.
Ele disse que a cidade terá quase 40 mil quartos à disposição durante o Mundial.
O empresário não acredita que o fato de a seleção só jogar a final no Rio (caso chegue até lá) atrapalhará os hotéis. "O turista brasileiro já conhece o Rio. [Com só uma partida da seleção], vamos ter a oportunidade de mostrar a cidade para um número maior de estrangeiros."
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), aprovou o procedimento da Fifa.
Em nota, declarou que estava "muito feliz" e que é um ''motivo de orgulho e de felicidade para todo o povo do Rio" o Maracanã ser palco das finais da Copa das Confederações e da Copa do Mundo. O político não participou da solenidade na Suíça.
"Já temos a sede da Fifa, o centro de mídia. Tá de ótimo tamanho", disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB).



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