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FUTEBOL
Derrota no DF provoca saída, e clube ambiciona seu
ex-treinador, que voltou a gerar desconfiança no Real Madrid
Nelsinho se demite, e Santos sonha em reaver Luxemburgo
MAURÍCIO EIRÓS
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM
SANTOS
O técnico Nelsinho Baptista não
suportou a pressão imposta pelas
sete derrotas nas 13 partidas que
comandou no Santos e pediu demissão na noite de anteontem.
Vanderlei Luxemburgo, Emerson Leão e Muricy Ramalho são
até agora os cotados para assumir
o Santos na próxima temporada.
Segundo o diretor de futebol do
clube, Francisco Lopes, por volta
das 23h45 de anteontem, Nelsinho o procurou ainda no hotel em
Brasília, onde o time perdeu do
Brasiliense, e disse que "não se
sentia mais feliz no Santos e não
conseguia realizar seu trabalho
em um clube que tanto ama".
Nelsinho não culpou os jogadores pelo fracasso. "Ele falou que
não teve o retorno que esperava,
mas não apontou esse ou aquele
jogador", afirmou Lopes.
Sobre o futuro treinador, o cartola evitou nomes, mas confirmou o interesse em Leão e Luxemburgo, que dirigiram a equipe nas conquistas do Brasileiro
em 2002 e 2004, respectivamente.
"Precisamos ter calma para definir o novo técnico, para que não
se cometa o mesmo erro de planejamento deste ano. Faremos uma
reunião com o presidente Marcelo Teixeira para traçar o planejamento de 2006. Só aí vamos conversar sobre o futuro treinador."
Lopes, no entanto, revelou que
falou com Luxemburgo ainda em
Brasília. "Saindo do hotel para o
jogo, eu liguei para o Vanderlei, e
ele me disse, que, quando retornasse ao Brasil, o clube que ele
gostaria de dirigir seria o Santos."
Luxemburgo viu seu Real Madrid levar de 3 a 0 anteontem, em
casa, do Barcerona, e, caso venha
a tropeçar feio novamente em
breve, seu emprego corre risco.
O time praiano ainda fará mais
duas partidas pelo Nacional (Botafogo, na Vila Belmiro, e Figueirense, em Santa Catarina). O auxiliar técnico Serginho Chulapa deve assumir interinamente. Márcio
Fernandes, que dirige o time de
juniores, também está cotado.
O atual campeão brasileiro vem
fazendo uma campanha melancólica nos últimos jogos. Sem
vencer há seis partidas consecutivas, com Nelsinho o time amargou ainda duas goleadas para o líder (7 a 1 contra o Corinthians) e o
vice-líder (4 a 0 para o Inter).
A crise na Vila Belmiro cresce
desde a saída do treinador Alexandre Gallo, em setembro, dispensado pela diretoria, que via
em Nelsinho o perfil que levaria o
time a disputar o título e garantir
uma vaga na Taça Libertadores da
América do ano que vem.
"É um técnico de ponta, muito
capaz, competente e experiente",
disse à época Marcelo Teixeira,
que garantia a permanência de
Nelsinho até o final do contrato.
Nesse meio tempo, houve tensões fora de campo, com os torcedores protestando contra jogadores, alguns inclusive ameaçados
de morte, o afastamento de cinco
jogadores, o que provocou um racha na equipe, preocupada com
mais dispensas, e também um bate-boca entre Nelsinho e seu antecessor, Gallo.
Nelsinho culpava a má fase do
time por causa do trabalho do
treinador anterior. "Estou trabalhando com o que me deram.
Quem passou por aqui deixou um
trabalho horrível. Horrível", havia afirmado Nelsinho. Como resposta, Gallo disse que era "lamentável" um comportamento desse.
"Ele [Nelsinho] não está assumindo a responsabilidade."
Quando Gallo deixou o time, o
Santos estava em quarto lugar no
Nacional, quatro pontos atrás do
líder, na zona de classificação para a Libertadores. Atualmente, o
time ocupa a nona posição e corre
o risco de não se classificar nem
para a Copa Sul-Americana.
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