São Paulo, segunda-feira, 21 de novembro de 2005

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FUTEBOL

Derrota no DF provoca saída, e clube ambiciona seu ex-treinador, que voltou a gerar desconfiança no Real Madrid

Nelsinho se demite, e Santos sonha em reaver Luxemburgo

MAURÍCIO EIRÓS
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM SANTOS


O técnico Nelsinho Baptista não suportou a pressão imposta pelas sete derrotas nas 13 partidas que comandou no Santos e pediu demissão na noite de anteontem.
Vanderlei Luxemburgo, Emerson Leão e Muricy Ramalho são até agora os cotados para assumir o Santos na próxima temporada.
Segundo o diretor de futebol do clube, Francisco Lopes, por volta das 23h45 de anteontem, Nelsinho o procurou ainda no hotel em Brasília, onde o time perdeu do Brasiliense, e disse que "não se sentia mais feliz no Santos e não conseguia realizar seu trabalho em um clube que tanto ama".
Nelsinho não culpou os jogadores pelo fracasso. "Ele falou que não teve o retorno que esperava, mas não apontou esse ou aquele jogador", afirmou Lopes.
Sobre o futuro treinador, o cartola evitou nomes, mas confirmou o interesse em Leão e Luxemburgo, que dirigiram a equipe nas conquistas do Brasileiro em 2002 e 2004, respectivamente. "Precisamos ter calma para definir o novo técnico, para que não se cometa o mesmo erro de planejamento deste ano. Faremos uma reunião com o presidente Marcelo Teixeira para traçar o planejamento de 2006. Só aí vamos conversar sobre o futuro treinador."
Lopes, no entanto, revelou que falou com Luxemburgo ainda em Brasília. "Saindo do hotel para o jogo, eu liguei para o Vanderlei, e ele me disse, que, quando retornasse ao Brasil, o clube que ele gostaria de dirigir seria o Santos."
Luxemburgo viu seu Real Madrid levar de 3 a 0 anteontem, em casa, do Barcerona, e, caso venha a tropeçar feio novamente em breve, seu emprego corre risco.
O time praiano ainda fará mais duas partidas pelo Nacional (Botafogo, na Vila Belmiro, e Figueirense, em Santa Catarina). O auxiliar técnico Serginho Chulapa deve assumir interinamente. Márcio Fernandes, que dirige o time de juniores, também está cotado.
O atual campeão brasileiro vem fazendo uma campanha melancólica nos últimos jogos. Sem vencer há seis partidas consecutivas, com Nelsinho o time amargou ainda duas goleadas para o líder (7 a 1 contra o Corinthians) e o vice-líder (4 a 0 para o Inter).
A crise na Vila Belmiro cresce desde a saída do treinador Alexandre Gallo, em setembro, dispensado pela diretoria, que via em Nelsinho o perfil que levaria o time a disputar o título e garantir uma vaga na Taça Libertadores da América do ano que vem.
"É um técnico de ponta, muito capaz, competente e experiente", disse à época Marcelo Teixeira, que garantia a permanência de Nelsinho até o final do contrato.
Nesse meio tempo, houve tensões fora de campo, com os torcedores protestando contra jogadores, alguns inclusive ameaçados de morte, o afastamento de cinco jogadores, o que provocou um racha na equipe, preocupada com mais dispensas, e também um bate-boca entre Nelsinho e seu antecessor, Gallo.
Nelsinho culpava a má fase do time por causa do trabalho do treinador anterior. "Estou trabalhando com o que me deram. Quem passou por aqui deixou um trabalho horrível. Horrível", havia afirmado Nelsinho. Como resposta, Gallo disse que era "lamentável" um comportamento desse. "Ele [Nelsinho] não está assumindo a responsabilidade."
Quando Gallo deixou o time, o Santos estava em quarto lugar no Nacional, quatro pontos atrás do líder, na zona de classificação para a Libertadores. Atualmente, o time ocupa a nona posição e corre o risco de não se classificar nem para a Copa Sul-Americana.


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