São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 2006 |
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Corinthians pode herdar R$ 90 mi de dívida da MSI Negociações de Nilmar, Passarella, Tevez e Mascherano devem render multas Como Fifa só reconhece as transações entre clubes, parceira não será punida por calote ou até irregularidade em compras de jogadores
EDUARDO ARRUDA DA REPORTAGEM LOCAL A birra de Alberto Dualib com Kia Joorabchian pode representar um rombo estratosférico aos cofres do Corinthians, que já estão bem abalados. Se o presidente corintiano não conseguir costurar acordo para mais investimentos no Parque São Jorge com a saída do iraniano, o time poderá ficar com contas que, somadas, ultrapassam os R$ 90 milhões. Explica-se: com dois processos correndo na Fifa, além de duas possíveis multas por irregularidades financeiras nas transações de Tevez e Mascherano, o clube pode receber punições milionárias. Os negócios com o atacante Nilmar, com o técnico Daniel Passarella e com os dois atletas argentinos foram feitos pela MSI, mas, em caso de multas por calotes ou por crimes fiscais, o Corinthians será o responsabilizado. A Fifa só reconhece as relações entre clubes. No caso de Passarella, o treinador cobra R$ 3,5 milhões do clube por quebra unilateral de contrato. O caso está na Fifa desde o ano passado, quando o argentino foi demitido. O Lyon também cobra os corintianos na máxima entidade do futebol. Quer receber 8 milhões (cerca de R$ 24 milhões) pela venda de Nilmar. Ontem, o treinador do clube francês, Gerard Houllier, disse que não pretende contar com o atleta em 2007. A chance de o Corinthians escapar de uma punição pesada é a MSI pagar o Lyon e levá-lo para outro clube. O que é dado como certo no Parque São Jorge são as pesadas multas pelas transferências de Tevez e Mascherano. O Boca Juniores vendeu Tevez aos brasileiros por US$ 16 milhões (cerca de R$ 32 milhões), segundo contrato de compra e venda do atleta, em dezembro de 2004. O dinheiro da transação não passou pelo Brasil. O pagamento foi feito pela MSI e saiu das Ilhas Virgens Britânicas. Foi destinado a uma conta do Royal Bank of Canada, de Toronto, no JP Morgan Chase em Nova York. O Boca diz que a conta no Royal pertence ao clube. No caso de Mascherano, a situação é parecida. O dinheiro da venda do volante pelo River Plate (US$ 15 milhões) também não passou pelo país. Segundo técnicos do Banco Central, só não existe a necessidade de o dinheiro passar pelo país se a compra for feita oficialmente pela MSI, com a cessão do jogador ao Corinthians sendo feita depois. Segundo a Fifa, só pode haver transferência entre clubes filiados a associações ligadas à entidade. O Corinthians adquiriu os direitos econômicos e federativos dos jogadores. O procedimento normal seria o pagamento com o dinheiro saindo do Brasil para a conta dos clubes. Como isso não ocorreu, o time brasileiro pode ser multado no valor das operações. Texto Anterior: Time depende mais da bola parada e do jogo aéreo para balançar redes Próximo Texto: Futebol argentino: Violência entre torcedores ameaça pôr fim a temporada Índice |
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