São Paulo, quarta-feira, 21 de novembro de 2007

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Eliminatórias são campo de lobistas por Copa-14

Estados usam duelos do qualificatório na luta para ganhar eventos do Mundial

Na disputa com Minas pela partida inaugural, São Paulo quer que jogo de hoje tenha organização superior à do Rio, sede de Brasil x Equador


RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Autoridades políticas e esportivas transformaram os jogos da seleção nas eliminatórias em verdadeiras disputas veladas de lobby por vantagens na Copa de 2014. Não é à toa que haverá ao menos sete governadores no Morumbi para assistir a Brasil x Uruguai.
Esse jogo tornou-se importante para os paulistas na concorrência com Rio de Janeiro e Belo Horizonte. É passo importante na disputa com Minas Gerais pela abertura do Mundial, já que os mineiros ganharam força política.
O acordo com a CBF, que terá voz ativa no Mundial, para que o jogo inaugural seja na capital paulista está praticamente selado. Mas isso pode ser afetado por um fiasco na organização do duelo com o Uruguai, aliado ao status ganho pelo governador mineiro Aécio Neves após ter sido vital para desarticular a CPI de Corinthians e MSI.
E é justamente Aécio o principal ausente no Morumbi -estará em encontro do PSDB. Concorrentes vão aproveitar para tentar ocupar seu espaço político, embora reconheçam ser difícil. A importância do jogo no tabuleiro da Copa-2014 é reconhecida pelos mineiros.
"Pode acabar tendo peso, até o comportamento da torcida. Não podemos esquecer que o jogo é da CBF, mas o Ricardo Teixeira é o gestor do comitê organizador", disse o secretário de Esporte de Minas, Gustavo Corrêa, que postula a abertura e o centro de imprensa do Mundial, como São Paulo.
Os paulistas apostam em sua capacidade técnica. Na inspeção da Fifa, o Estado foi considerado o mais eficiente pela CBF. Só que, para o jogo das eliminatórias, a confederação já encontrou espaço reduzido para fazer a estrutura de imprensa, como no Maracanã. Cartolas do clube tentam compensar com a cessão de seus camarotes à entidade e outros agrados.
A prefeitura preparou uma operação especial para evitar a venda de bebidas alcoólicas em torno do estádio. Outra preocupação é com os cambistas.
Na primeira reunião, para discutir medidas de segurança para o jogo, as autoridades presentes estabeleceram como meta demonstrar uma organização melhor do que a dos cariocas contra o Equador.
Fora dos principais centros, cidades candidatas a sede ao Mundial articulam pedidos para organizar outras partidas das eliminatórias -há seis em aberto. Vêem como primeiro passo para estar no Mundial.
A viagem da governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, servirá para requisitar à CBF um jogo para o Mangueirão. "A candidatura se fortalece [se Belém for escolhida]. Poderemos mostrar que temos condições de abrigar o jogo do Mundial", contou a secretária de Esporte do Pará, Maria Lúcia Macedo.
Dos governadores presentes, só Paulo Hartung, do Espírito Santo, não aspira a partidas. Mas quer ser sede para treinos.
Os outros governadores vêm de Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Pernambuco e Mato Grosso. A maioria tem uma lista de pedidos para Ricardo Teixeira.
"Vamos reforçar o pedido de jogo das eliminatórias em Fortaleza em breve", contou o secretário de Esporte do Ceará, Ferrucio Feitosa. Para ele, a partida das eliminatórias não é essencial para organizar o Mundial. E pode até ser compensação para cidades que não forem incluídas no evento.


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