|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Eliminatórias são campo de lobistas por Copa-14
Estados usam duelos do qualificatório na luta para ganhar eventos do Mundial
Na disputa com Minas pela
partida inaugural, São Paulo
quer que jogo de hoje tenha
organização superior à do
Rio, sede de Brasil x Equador
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Autoridades políticas e esportivas transformaram os jogos da seleção nas eliminatórias em verdadeiras disputas
veladas de lobby por vantagens
na Copa de 2014. Não é à toa
que haverá ao menos sete governadores no Morumbi para
assistir a Brasil x Uruguai.
Esse jogo tornou-se importante para os paulistas na concorrência com Rio de Janeiro e
Belo Horizonte. É passo importante na disputa com Minas
Gerais pela abertura do Mundial, já que os mineiros ganharam força política.
O acordo com a CBF, que terá
voz ativa no Mundial, para que
o jogo inaugural seja na capital
paulista está praticamente selado. Mas isso pode ser afetado
por um fiasco na organização
do duelo com o Uruguai, aliado
ao status ganho pelo governador mineiro Aécio Neves após
ter sido vital para desarticular a
CPI de Corinthians e MSI.
E é justamente Aécio o principal ausente no Morumbi
-estará em encontro do PSDB.
Concorrentes vão aproveitar
para tentar ocupar seu espaço
político, embora reconheçam
ser difícil. A importância do jogo no tabuleiro da Copa-2014 é
reconhecida pelos mineiros.
"Pode acabar tendo peso, até
o comportamento da torcida.
Não podemos esquecer que o
jogo é da CBF, mas o Ricardo
Teixeira é o gestor do comitê
organizador", disse o secretário
de Esporte de Minas, Gustavo
Corrêa, que postula a abertura
e o centro de imprensa do
Mundial, como São Paulo.
Os paulistas apostam em sua
capacidade técnica. Na inspeção da Fifa, o Estado foi considerado o mais eficiente pela
CBF. Só que, para o jogo das eliminatórias, a confederação já
encontrou espaço reduzido para fazer a estrutura de imprensa, como no Maracanã. Cartolas do clube tentam compensar
com a cessão de seus camarotes
à entidade e outros agrados.
A prefeitura preparou uma
operação especial para evitar a
venda de bebidas alcoólicas em
torno do estádio. Outra preocupação é com os cambistas.
Na primeira reunião, para
discutir medidas de segurança
para o jogo, as autoridades presentes estabeleceram como
meta demonstrar uma organização melhor do que a dos cariocas contra o Equador.
Fora dos principais centros,
cidades candidatas a sede ao
Mundial articulam pedidos para organizar outras partidas das
eliminatórias -há seis em
aberto. Vêem como primeiro
passo para estar no Mundial.
A viagem da governadora do
Pará, Ana Júlia Carepa, servirá
para requisitar à CBF um jogo
para o Mangueirão. "A candidatura se fortalece [se Belém for
escolhida]. Poderemos mostrar
que temos condições de abrigar
o jogo do Mundial", contou a
secretária de Esporte do Pará,
Maria Lúcia Macedo.
Dos governadores presentes,
só Paulo Hartung, do Espírito
Santo, não aspira a partidas.
Mas quer ser sede para treinos.
Os outros governadores vêm
de Rio de Janeiro, Rio Grande
do Sul, Distrito Federal, Pernambuco e Mato Grosso. A
maioria tem uma lista de pedidos para Ricardo Teixeira.
"Vamos reforçar o pedido de
jogo das eliminatórias em Fortaleza em breve", contou o secretário de Esporte do Ceará,
Ferrucio Feitosa. Para ele, a
partida das eliminatórias não é
essencial para organizar o
Mundial. E pode até ser compensação para cidades que não
forem incluídas no evento.
Texto Anterior: Nota cinco: Astro critica a atuação do time Próximo Texto: Chile x Paraguai: Embaladas, equipes jogam em Santiago Índice
|