São Paulo, quarta-feira, 21 de novembro de 2007

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Retrospecto faz Uruguai descartar ser azarão

Na atual fórmula das eliminatórias, rival é único a nunca perder da seleção

Sem Forlán e com a chance de ter mais desfalques, treinador cita Maracanazo e pode escalar três atacantes no confronto no Morumbi


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se há uma seleção que sabe enfrentar o Brasil, é a uruguaia. Não se trata de papo saudosista para lembrar o Maracanazo, apesar de ele fazer parte do discurso. É a opinião atual do técnico do rival, Oscar Tabárez.
""Contra o Brasil, será um encontro diferente [em relação ao 2 a 2 com o Chile]. Fico tranqüilo, pois, em momentos complicados, o Uruguai mostra que é perigoso para qualquer rival. Teremos que apresentar a mesma aplicação tática do jogo da Copa América [2 a 2]", disse ele.
O Uruguai é o único que está invicto contra o Brasil no atual sistema de disputa das eliminatórias. Foram quatro duelos, com um triunfo e três empates.
A seleção brasileira ainda não venceu o Uruguai neste século -a última vitória foi na final da Copa América de 1999: 3 a 0. "O Brasil ganhou de todas as seleções, menos do Uruguai. Isso mostra como honramos essa camisa. Além disso, eu nunca vou me sentir visitante neste estádio", afirmou o zagueiro Lugano, ex-São Paulo.
"A história não joga. Mas temos o 16 de julho [data do Maracanazo] em nosso coração. O Brasil sabe do que o Uruguai é capaz", disse Tabárez, que ontem tomou mate durante o reconhecimento do gramado.
O treinador, que é apelidado de Louco, vem apostando em um esquema ofensivo de jogo. Na Copa América, foi buscar um empate em 2 a 2 nas semifinais contra a equipe de Dunga e esteve a ponto de ganhar a partida, que foi para os pênaltis e terminou com triunfo brasileiro após um erro de Lugano.
""Temos a idéia definida de como enfrentar o Brasil, só nos resta saber quais jogadores escalar. Trataremos de limitar os pontos fortes do rival", falou Tabárez, sem explicar quais seriam esses pontos. Contra o Peru, no domingo, o Brasil teve dificuldades na etapa final, quando o Peru se lançou ao ataque.
As dúvidas na escalação devem-se a lesões. Pérez e Cristian Rodríguez passarão por avaliação. O atacante Forlán, que vazou o Brasil três vezes em eliminatórias, nem veio a São Paulo. ""Vamos esperar até horas antes de a bola rolar [para definir quem está liberado], mas a coisa está caminhando, o que me deixa otimista", disse Alberto Pan, médico da seleção.
Tabárez por vezes adota esquema com três zagueiros, mas deve adotar a linha de quatro contra o Brasil. O time manteria três na frente: Luis Suárez, pela direita, Abreu, no centro, e Vicente Sánchez, pela esquerda. Cristian Rodríguez, que é dúvida, também chega à frente.
Dois volantes protegem a defesa, liderada por Lugano. O defensor se envolveu em lance polêmico contra o Chile: o árbitro argentino Sergio Pezzota deu pênalti duvidoso do zagueiro, o que revoltou os uruguaios.
Tabárez pediu aos árbitros que cuidem do ""jogo limpo e justo", fazendo referência à falta de critério de Pezzota. Para ele, se o juiz viu pênalti de Lugano, teria que apitar duas faltas parecidas na área chilena.
Ontem, pouco antes do embarque para o Brasil, o atacante Regueiro, do Murcia, da Espanha, renunciou ao time alegando problemas particulares. "Ele não vinha tendo muitas chances e fez uma escolha pessoal", comentou Tabárez, que, assim, fica sem uma opção ofensiva.
"São Paulo é maior do que o Uruguai", disse o técnico, sobre a dificuldade de seu país para montar uma seleção em comparação com o Brasil.


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