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Retrospecto faz Uruguai descartar ser azarão
Na atual fórmula das eliminatórias, rival é único a nunca perder da seleção
Sem Forlán e com a chance de ter mais desfalques, treinador cita Maracanazo e pode escalar três atacantes no confronto no Morumbi
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Se há uma seleção que sabe
enfrentar o Brasil, é a uruguaia.
Não se trata de papo saudosista
para lembrar o Maracanazo,
apesar de ele fazer parte do discurso. É a opinião atual do técnico do rival, Oscar Tabárez.
""Contra o Brasil, será um encontro diferente [em relação ao
2 a 2 com o Chile]. Fico tranqüilo, pois, em momentos complicados, o Uruguai mostra que é
perigoso para qualquer rival.
Teremos que apresentar a mesma aplicação tática do jogo da
Copa América [2 a 2]", disse ele.
O Uruguai é o único que está
invicto contra o Brasil no atual
sistema de disputa das eliminatórias. Foram quatro duelos,
com um triunfo e três empates.
A seleção brasileira ainda
não venceu o Uruguai neste século -a última vitória foi na final da Copa América de 1999: 3
a 0. "O Brasil ganhou de todas
as seleções, menos do Uruguai.
Isso mostra como honramos
essa camisa. Além disso, eu
nunca vou me sentir visitante
neste estádio", afirmou o zagueiro Lugano, ex-São Paulo.
"A história não joga. Mas temos o 16 de julho [data do Maracanazo] em nosso coração. O
Brasil sabe do que o Uruguai é
capaz", disse Tabárez, que ontem tomou mate durante o reconhecimento do gramado.
O treinador, que é apelidado
de Louco, vem apostando em
um esquema ofensivo de jogo.
Na Copa América, foi buscar
um empate em 2 a 2 nas semifinais contra a equipe de Dunga e
esteve a ponto de ganhar a partida, que foi para os pênaltis e
terminou com triunfo brasileiro após um erro de Lugano.
""Temos a idéia definida de
como enfrentar o Brasil, só nos
resta saber quais jogadores escalar. Trataremos de limitar os
pontos fortes do rival", falou
Tabárez, sem explicar quais seriam esses pontos. Contra o Peru, no domingo, o Brasil teve dificuldades na etapa final, quando o Peru se lançou ao ataque.
As dúvidas na escalação devem-se a lesões. Pérez e Cristian Rodríguez passarão por
avaliação. O atacante Forlán,
que vazou o Brasil três vezes
em eliminatórias, nem veio a
São Paulo. ""Vamos esperar até
horas antes de a bola rolar [para
definir quem está liberado],
mas a coisa está caminhando, o
que me deixa otimista", disse
Alberto Pan, médico da seleção.
Tabárez por vezes adota esquema com três zagueiros, mas
deve adotar a linha de quatro
contra o Brasil. O time manteria três na frente: Luis Suárez,
pela direita, Abreu, no centro, e
Vicente Sánchez, pela esquerda. Cristian Rodríguez, que é
dúvida, também chega à frente.
Dois volantes protegem a defesa, liderada por Lugano. O defensor se envolveu em lance
polêmico contra o Chile: o árbitro argentino Sergio Pezzota
deu pênalti duvidoso do zagueiro, o que revoltou os uruguaios.
Tabárez pediu aos árbitros
que cuidem do ""jogo limpo e
justo", fazendo referência à falta de critério de Pezzota. Para
ele, se o juiz viu pênalti de Lugano, teria que apitar duas faltas parecidas na área chilena.
Ontem, pouco antes do embarque para o Brasil, o atacante
Regueiro, do Murcia, da Espanha, renunciou ao time alegando problemas particulares. "Ele
não vinha tendo muitas chances e fez uma escolha pessoal",
comentou Tabárez, que, assim,
fica sem uma opção ofensiva.
"São Paulo é maior do que o
Uruguai", disse o técnico, sobre
a dificuldade de seu país para
montar uma seleção em comparação com o Brasil.
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