São Paulo, sábado, 21 de novembro de 2009

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Europeus escancaram megacaso de corrupção

Escândalo de manipulação de resultados faz 17 presos

DA REPORTAGEM LOCAL

A Uefa já classificou como o maior escândalo da Europa.
Um esquema de manipulação de resultados no velho continente põe em dúvida 200 jogos. A polícia já prendeu 17 pessoas por causa do escândalo, que atingiu a badalada Copa dos Campeões e a recém-criada Liga Europa, dois nobres torneios interclubes da Uefa.
O caso avança também para nove ligas nacionais de menor porte na Europa. A investigação tratou ainda apenas de jogos arranjados neste ano.
"Este é, sem dúvida, o maior escândalo de resultados arranjados que o futebol europeu já viu. Estamos surpresos com a magnitude disso. E devemos fazer de tudo para assegurar que árbitros, atletas e dirigentes sejam levados à Justiça", disse Peter Limacher, especialista da Uefa para apurar fraudes.
Polícias de Alemanha, Reino Unido, Áustria e Suíça trabalharam simultaneamente no caso, que rendeu 15 prisões na Alemanha e duas na Suíça. Mais de 50 propriedades foram investigadas, e 1 milhão ligado ao esquema de corrupção já foi confiscado pelas autoridades.
"Havia um grupo de indivíduos que manipulou ou tentou manipular partidas com dinheiro e conseguiu lucro ilegal por meio de apostas", declarou Andreas Bachmann, promotor de Bochum, na Alemanha.
A operação policial começou meses atrás e contou com a participação de 300 pessoas na Alemanha. A cooperação internacional, que começou pela Inglaterra, ajudou a desvendar o esquema, que fraudou jogos de primeira e segunda divisões em países como Turquia, Bósnia- -Herzegóvina, Hungria, Croácia, Suíça, Áustria e Eslovênia.
Estão sob suspeita 12 jogos da Liga Europa, segundo Ralf Ziegler, da polícia de Bochum. A Copa dos Campeões tem três jogos potencialmente "sujos".
Em 2005, a Alemanha já havia vivido outro escândalo de manipulação de resultados. O árbitro Robert Hoyzer, também por causa de esquema internacional com apostas, acabou sendo condenado a dois anos e cinco meses de prisão.
Segundo as autoridades, o esquema atual, que englobaria até partidas de atletas juvenis e amistosos, rendeu vários milhões a apostadores, sobretudo chineses. Os chefes da rede, porém, estão na Alemanha, que tem 32 jogos sob suspeita.
"Isso é apenas a ponta do iceberg", diz Andreas Bachmann, que está encarregado do caso.


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