São Paulo, domingo, 21 de novembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

TOSTÃO

Falta o fora de série


A seleção argentina tem mais deficiências que a brasileira, mas tem um fora de série


AINDA BEM que Ronaldinho não fez o gol de calcanhar contra a Argentina. Se fizesse, Galvão Bueno gritaria tanto, falaria mil vezes que Ronaldinho voltou a ser o grande craque e mais mil vezes que Ronaldinho fez falta na Copa de 2010, que Mano Menezes poderia se iludir e achar que Ronaldinho é a solução para os próximos anos.
Depois de falar por cinco minutos sem parar, Galvão Bueno perguntaria a Falcão: "O que você acha?". Ele responderia: "Penso que sim".
Está na hora de acabar com o constrangimento de que não se pode criticar Mano Menezes porque seu trabalho é bom e está ainda no início.
Foi só o Brasil enfrentar um forte adversário para o treinador mudar o esquema tático e trocar um centroavante por um marcador no meio-campo.
A Argentina atuou como o Brasil fez nos três amistosos anteriores, com dois volantes e quatro jogadores mais adiantados (Messi, Pastore, Di María e Higuaín).
Se o motivo da mudança tática foi a contusão de Pato, por que Mano não convocou outro atacante? Há vários, no Brasil e no exterior, melhores que André. A seleção brasileira não precisa ter um centroavante fixo, estático, mas precisa de um atacante que se movimente mais à frente, que finalize bem e que seja um pivô para os jogadores que chegam de trás.
Não faz também sentido convocar André e outros jogadores com idade olímpica e não escalá-los, mesmo quando é necessário, só para dizer que diminuiu a média de idade da seleção.
A Argentina tem mais deficiências que o Brasil, mas tem um grande craque. O Brasil não tem um fora de série no meio-campo nem no ataque. Minha esperança é Kaká voltar a brilhar, e Ganso e Neymar se tornarem craques na seleção, o que ainda não são. São craques no Santos.
Imagino ver Kaká e Ganso juntos, com Ganso atuando um pouco mais recuado do que faz no Santos. Quem sabe?

ERROS
Os erros na marcação de faltas, pênaltis, impedimentos e na aplicação de cartões não acontecem só porque os árbitros são fracos. O jogo no Brasil está excessivamente brigado e corrido. Parece guerra, e não disputa esportiva. Tudo isso e mais a simulação dos jogadores, que querem ser mais espertos do que a esperteza, contribuem para as falhas.
É difícil ser árbitro no Brasil. Se as regras fossem claras, seria fácil. As regras são interpretativas. Os árbitros entendem muito de regras, mas entendem pouco de futebol. Não são só eles.


Texto Anterior: Rival convive com desfalques e jejum
Próximo Texto: Ressurreição
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.