São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

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No futebol, país prepara "novo Deco"

DA REPORTAGEM LOCAL

Tido como exemplo pelo Comitê Olímpico Português de como a utilização de forasteiros pode fazer o esporte crescer, o futebol já prepara novas apostas que nasceram em terras distantes.
De acordo com o órgão que comanda o esporte em Portugal, o treinador brasileiro Luiz Felipe Scolari já elegeu um outro conterrâneo para vestir a camisa da seleção.
Trata-se do zagueiro Képler Laveran Lima Ferreira, conhecido como Pepe. Sua história é idêntica à de tantos outros que fazem do país europeu um dos destinos mais procurados por boleiros do Brasil -somente neste ano, 142 atletas conseguiram negociações com clubes locais.
O defensor de 21 anos, 1,87 m e 81 kg, alagoano de Maceió, obteve a sua transferência em 2001. Sua primeira parada foi o Marítimo, da Ilha da Madeira. Com boas atuações, chegou ao Porto, atual campeão nacional, e deu entrada no processo para obter nova cidadania.
Agora, pode ter chance de repetir um enredo bem parecido ao vivido por Deco, o astro do Barcelona que saiu de São Bernardo do Campo para fazer sucesso além-mar.
Em março de 2003, quando já era o maior ídolo do Porto, Deco conseguiu seu passaporte português. O processo de expedição do documento foi acelerado porque, naquele mês, Scolari enfrentaria o Brasil em amistoso.
A situação causou mal-estar entre os portugueses, que não viam com bons olhos a chegada de um forasteiro. Deco, porém, mostrou logo seus predicados. Naquele duelo contra o Brasil, fez o gol derradeiro nos 2 a 1 que marcaram a primeira vitória da seleção portuguesa sobre a brasileira desde 1966.
Aos poucos, o país aprendeu a reverenciá-lo. E, três anos depois, descobriu que a prática de buscar talentos no exterior não é incomum. Na última Copa, 64 dos 736 jogadores defenderam países diferentes dos quais nasceram. Só 9 dos 32 times não tinham forasteiros.0 (GR)


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