Procurador do STJD desiste de pedir punição maior ao volante Carlos Alberto por adulteração de idade

DA SUCURSAL RIO

Beneficiado pela tese da "delação premiada", o volante Carlos Alberto, do Figueirense, foi suspenso ontem à noite por 360 dias pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) por adulterar a idade em cinco anos, mas deve cumprir apenas 180 dias (seis meses).
Ao final do julgamento, o presidente do órgão, Rubens Approbato, prometeu que o atleta terá a punição convertida em multa após cumprir metade. O resto seria convertido em pagamento de cestas básicas.
No mês passado, a Folha revelou que Carlos Alberto é "gato", gíria usada para identificar atleta com idade adulterada. Campeão mundial sub-20, nos Emirados Árabes, o jogador alterou a idade em cinco anos, recorde nas fraudes de atletas que disputaram competições oficiais por seleções brasileiras.
Certidão de nascimento obtida no cartório de Rio Bonito (a 74 km do Rio) mostrou que Carlos Alberto de Oliveira nasceu em 24 de janeiro de 1978. Pela documentação do volante no clube e na CBF, ele declarava ter nascido em 24 de janeiro de 1983. Hoje, Carlos Alberto tem 28 anos -e não 23.
Na sessão de ontem, o procurador-geral do STJD, Paulo Schimitt, lançou uma nova tese para beneficiar o jogador. Ele pediu aos auditores que fosse aplicada a "delação premiada", tese inédita até então na Justiça Desportiva. Schimitt disse que pretendia pedir a pena máxima (720 dias), mas decidiu reduzi-la após ler o depoimento do atleta no inquérito aberto na Polícia Federal. No documento, anexado pelos advogados de defesa de Carlos Alberto, ele declara que foi convencido pelo seu empresário a falsificar a identidade.0 (SR)


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