São Paulo, segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

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Oscar se diz ameaçado por cartolas do São Paulo

Dirigente deixa recado na caixa postal do jogador

EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC

O meia Oscar, 18, quebrou por um instante o silêncio desde que conseguiu na Justiça do Trabalho liminar livrando-o do São Paulo, como revelou a Folha, e deu ontem declaração sobre seu litígio com o clube.
"Estou em lua de mel, desempregado e, como a família aumentou, preciso procurar outro clube para jogar", contou ele, rapidamente, um dia após se casar na cidade de Americana, onde vivem seus familiares.
Além de se declarar sem emprego, o jogador ainda se diz ameaçado pelos são-paulinos.
Na última sexta-feira, o superintendente do clube, Marco Aurélio Cunha, deixou na caixa postal do meio-campista recado que deve ser usado na ação.
"Oscar, você sabe o quanto gosto de você. E acho que esse caminho é horrível. Foi um erro estratégico imenso, e espero que você não tenha permitido. Com certeza sua vida vai ficar difícil porque seus argumentos são muito ruins e a força jurídica do São Paulo é muito grande. Me liga, meu filho, pra eu te orientar, eu não quero passar o que você vai passar", declarou Marco Aurélio na mensagem.
Ontem, o superintendente classificou a mensagem como "afetuosa" e reclamou da equipe que assessora o jogador. "Não tenho dúvida de que iriam usar isso [a mensagem] de má-fé", falou ele, ressaltando que o verdadeiro interesse do agente de Oscar, Giuliano Bertolucci, é obter do São Paulo participação nos direitos do jogador.
"Eles são piratas somalis do futebol. Se o São Paulo perder isso, tem que fechar o futebol", disse o dirigente são-paulino.
A diretoria crê que a estratégia das pessoas que cuidam da carreira do atleta é minar sua relação com a torcida. Assim, não teria mais clima para ficar.
Para conceder a liminar que livrou Oscar do vínculo até 2012, a juíza da 40ª Vara do Trabalho Eumara Nogueira Borges Lyra Pimenta aceitou argumentação do advogado do atleta, André Ribeiro, de que o acordo só beneficiava o clube.
A defesa alega que o jogador, ainda com 16 anos, foi obrigado pelo São Paulo a se emancipar e a assinar contrato de cinco anos. Nesta idade, a Fifa permite acordos de no máximo três.
Além disso, conta o advogado, o clube aumentou a multa rescisória de US$ 40 milhões para 40 milhões e não subiu o salário de atleta no mês de setembro de cada ano, como previsto -isso passou a ser feito a partir de janeiro de 2008.
Independentemente da disputa jurídica, Oscar não volta ao São Paulo em janeiro. Estará com a seleção sub-20.

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