São Paulo, segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

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PRANCHETA DO PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

As escolhas de Luxemburgo

O EMPRESÁRIO Luís Alberto de Oliveira, da L.A. Sports -empresa parceira do Avaí-, explicou um dos motivos para escolher o Atlético-MG como destino do meia Muriqui. "Trabalhar com o Vanderlei é, sim, uma das razões. Muitos jogadores viveram seus melhores dias com o técnico do Atlético", completou.
A razão exata para Muriqui jogar no Atlético-MG é financeira. O Palmeiras não pagaria nada por um ano de empréstimo, o Galo pagou mais caro. Mas a transferência evidencia que ainda há casos em que a fama do ex-melhor técnico do Brasil e, quem sabe, futuro interfere nos negócios.
Keirrison trocou o Coritiba pelo Palmeiras pela mesma razão. Seis meses depois, deixou o Parque Antarctica para jogar na Europa já sem a mesma boa impressão que o levou a se vestir de verde.
A decepção do centroavante, hoje no Benfica, tem a ver com inúmeros negócios malfeitos por Luxemburgo.
Uma das funções mais importantes de um técnico é conhecer os atletas ao receber indicações ou para ele próprio indicá-los. Na saída do zagueiro Henrique para o Barcelona, em 2008, Luxemburgo tinha o nome certo para a substituição: Gladstone. No mesmo ano, recusou Rever. Para o Palmeiras, indicou Roque Júnior. Foi um fracasso. A lista pode prosseguir com Jumar, no Palmeiras, Pedrinho, Vítor Júnior, Émerson, Adoniran e André Belezinha, no Santos.
Roque Júnior é o grande exemplo de como Luxemburgo já teve indicações brilhantes, muito mais do que as atuais. Em 1996, quando ninguém conhecia o zagueiro contratado do São José por sua observação, Luxemburgo costumava dizer: "Este vai ser zagueiro de seleção brasileira". Tinha razão.
O mesmo vale para o volante Rogério, campeão da Libertadores de 99, para o atacante Ewerthon, do Corinthians e de tanto sucesso na Europa na década que está acabando, para Ronaldinho Gaúcho, a quem, afinal, foi Luxemburgo quem primeiro convocou para a seleção brasileira.
No Galo, além de Muriqui, sua primeira indicação é o zagueiro Campos, da LDU. Bom zagueiro. O sucesso ou o fracasso de suas indicações pode ser o primeiro indício para saber se Luxemburgo, em 2010, voltará a ser quem foi.

MELHOR E DECISIVO
Messi tem tudo para ser eleito o melhor jogador do mundo de 2009. Título que vem amadurecendo há tempos, na mesma velocidade do atleta. Para quem acha que Messi decide pouco, cito dois gols: o segundo ante o Manchester na final da Copa dos Campeões e o do título mundial contra o Estudiantes.

O QUINTO MELHOR
Kaká corre o risco de ficar em sua pior colocação desde 2007. Pode ser o quinto do mundo, considerando o sucesso de Xavi e Iniesta no ano e o fato de Cristiano Ronaldo ter levado o Manchester à final da Copa dos Campeões. Kaká tem uma arma para voltar a ser o melhor do mundo, em 2010: a Copa.

O GRANDE ARMADOR
Xavi foi importantíssimo para o Barcelona vencer o Mundial de Clubes em Abu Dhabi. O jogador espanhol também foi o melhor em campo na última decisão da Copa dos Campeões, contra o Manchester United, em Roma. A dificuldade do atleta da equipe catalã para ser eleito o melhor jogador do mundo é o fato de organizar, não ser um grande finalizador nem um artilheiro. Não são apenas zagueiros e goleiros as vítimas do preconceito.

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