São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2004

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DOPING

Em discurso anual, presidente diz que profissionais dão mau exemplo

Bush pede que atletas dos EUA se livrem das drogas

DA REPORTAGEM LOCAL

No mais importante pronunciamento anual da política americana, o tradicional discurso do Estado da União, o presidente dos EUA, George W. Bush, atacou o uso de drogas, especialmente esteróides, por atletas de seu país.
No pronunciamento, na madrugada de ontem, Bush, que discorria sobre o perigo das drogas para as crianças americanas, afirmou que alguns atletas profissionais "não estavam dando um bom exemplo para os jovens, utilizando drogas que aumentam a performance, como os esteróides, que podem aumentar os músculos e a resistência física, mas têm perigosos efeitos colaterais".
Em 2003, o uso de substâncias proibidas causou sérios problemas para a credibilidade do esporte, principalmente nos EUA.
Bush convocou donos de times, técnicos e jogadores a ajudar a combater as drogas. "Vocês têm de ser duros e se livrar dos esteróides agora."
O presidente citou o uso de esteróides no beisebol e no futebol americano. Entidades como a Wada (Agência Mundial Antidoping) vivem às turras com federações e ligas de várias modalidades esportiva nos EUA, consideradas permissivas em suas regras de controle de dopagem. A Wada chegou a sugerir ao COI (Comitê Olímpico Internacional) a imposição de sanções aos EUA.
Para John Walters, diretor do Escritório da Casa Branca de Política Nacional de Controle de Drogas, a inclusão do tema no discurso está relacionada ao envolvimento pessoal do presidente com o beisebol. "Ele está preocupado com isso porque é ruim para os jogadores, para o esporte e para os jovens. Isso não é uma responsabilidade governamental."
O ano de 2003 foi atribulado para o controle de dopagem em todo o mundo, especialmente com relação a atletas dos EUA.
Em abril, um escândalo envolveu Wade Exum, ex-diretor de controle de drogas do Usoc, o comitê olímpico do país. Wade denunciou a liberação de cem atletas para competir nos Jogos Olímpicos mesmo após testarem positivo no antidoping. Nomes como o de Carl Lewis estavam na lista.
Depois, houve casos como o de Mickey Grimes, ganhador nos 100 m no Pan-Americano, que testou positivo para efedrina, e a velocista Kelli White, flagrada com modafinil após ganhar os 100 m e 200 m no Mundial de Atletismo.
O pior caso, no entanto, foi o de uma nova droga, o THG. Várias federações e ligas passaram a fazer controle da substância, que foi proibida pela FDA (a agência americana de alimentos e medicamentos). Dezenas de atletas no mundo foram flagrados. Na NFL, por exemplo, quatro atletas do Oakland Raiders testaram positivo para o THG.


Com agências internacionais

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