São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

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Thiago pode seguir Cielo e treinar nos EUA

Atleta quer estudar e ter tranquilidade para treinar

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Antes destino malvisto pelos dirigentes e de espaço restrito para os nadadores, os EUA podem abrigar outro grande nome da natação brasileira. Thiago Pereira, 23, estuda seguir os passos de César Cielo e buscar novo local para treinar.
A mudança só deve acontecer após o Mundial de Roma, em julho. Até lá, o nadador continua a treinar no Minas, clube com o qual deve manter vínculo mesmo se decidir se aventurar nas piscinas americanas.
"Ele tem vontade de fazer faculdade fora, e o ambiente é mais tranquilo, com menos compromissos com os patrocinadores e a mídia. A motivação também seria diferente. Estamos analisando", afirma o treinador Fernando Vanzella.
Durante as provas que deve disputar nos EUA antes do Mundial, Thiago aproveitará para conhecer alguns centros de treinamento. Uma das preocupações é encontrar um bom grupo de especialistas em medley [disputa com os quatro estilos], principal prova do brasileiro -foi quarto colocado nos 200 m medley em Pequim.
"Se ele decidir ir, a ideia é que eu vá lá conversar com o treinador. Vamos manter um trabalho conjunto, e ele continuará a nadar o calendário nacional pelo Minas", declara Vanzella.
Para ficar nos EUA, Thiago terá de bancar suas despesas. Para disputar o NCAA (Universitário norte-americano), o atleta não pode ser profissional. O brasileiro teria de optar pelo mesmo calendário de provas que segue atualmente e competir nos Grand Prix locais.
A situação é a mesma que Cielo enfrentou em 2008, quando decidiu virar profissional. Antes, tinha bolsa de estudos e competia pela Universidade de Auburn no NCAA. Para as próximas temporadas, porém, depois da conquista do ouro nos 50 m livre, ele ganhou da universidade o direito de treinar com a equipe de velocistas sem pagar, mas não faz mais parte do time que vai ao NCAA.
Thiago já passou pela experiência de treinar nos EUA. Em 2005, após ser finalista na Olimpíada de Atenas-2004, ele se mudou para a Flórida. Mas, cerca de um ano depois, decidiu retornar ao Brasil. Disse não ter se adaptado bem nem ter visto muita diferença nos treinos.
Naquela época, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) decidiu punir atletas que nadassem no exterior. A entidade não renovou os contratos de patrocínio de nadadores que treinavam fora do país, mesmo que eles tivessem conseguido bons resultados em competições de elite.
Cielo, 21, foi um dos nadadores que tiveram atritos com a confederação por sua opção pelos EUA. Em um caso mais recente, não foi a encontro com o presidente Lula antes da Olimpíada-2008 porque estava treinando em Auburn. Segundo ele, o caso criou mal-estar com o presidente da CBDA.
Com o ouro no peito, no entanto, hoje tem argumentos que comprovam sua necessidade de treinar fora do Brasil.


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