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Thiago pode seguir Cielo e treinar nos EUA
Atleta quer estudar e ter tranquilidade para treinar
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Antes destino malvisto pelos
dirigentes e de espaço restrito
para os nadadores, os EUA podem abrigar outro grande nome da natação brasileira. Thiago Pereira, 23, estuda seguir os
passos de César Cielo e buscar
novo local para treinar.
A mudança só deve acontecer
após o Mundial de Roma, em
julho. Até lá, o nadador continua a treinar no Minas, clube
com o qual deve manter vínculo mesmo se decidir se aventurar nas piscinas americanas.
"Ele tem vontade de fazer faculdade fora, e o ambiente é
mais tranquilo, com menos
compromissos com os patrocinadores e a mídia. A motivação
também seria diferente. Estamos analisando", afirma o treinador Fernando Vanzella.
Durante as provas que deve
disputar nos EUA antes do
Mundial, Thiago aproveitará
para conhecer alguns centros
de treinamento. Uma das preocupações é encontrar um bom
grupo de especialistas em medley [disputa com os quatro estilos], principal prova do brasileiro -foi quarto colocado nos
200 m medley em Pequim.
"Se ele decidir ir, a ideia é que
eu vá lá conversar com o treinador. Vamos manter um trabalho conjunto, e ele continuará a
nadar o calendário nacional pelo Minas", declara Vanzella.
Para ficar nos EUA, Thiago
terá de bancar suas despesas.
Para disputar o NCAA (Universitário norte-americano), o
atleta não pode ser profissional. O brasileiro teria de optar
pelo mesmo calendário de provas que segue atualmente e
competir nos Grand Prix locais.
A situação é a mesma que
Cielo enfrentou em 2008,
quando decidiu virar profissional. Antes, tinha bolsa de estudos e competia pela Universidade de Auburn no NCAA. Para
as próximas temporadas, porém, depois da conquista do ouro nos 50 m livre, ele ganhou da
universidade o direito de treinar com a equipe de velocistas
sem pagar, mas não faz mais
parte do time que vai ao NCAA.
Thiago já passou pela experiência de treinar nos EUA. Em
2005, após ser finalista na
Olimpíada de Atenas-2004, ele
se mudou para a Flórida. Mas,
cerca de um ano depois, decidiu
retornar ao Brasil. Disse não ter
se adaptado bem nem ter visto
muita diferença nos treinos.
Naquela época, a Confederação Brasileira de Desportos
Aquáticos (CBDA) decidiu punir atletas que nadassem no exterior. A entidade não renovou
os contratos de patrocínio de
nadadores que treinavam fora
do país, mesmo que eles tivessem conseguido bons resultados em competições de elite.
Cielo, 21, foi um dos nadadores que tiveram atritos com a
confederação por sua opção pelos EUA. Em um caso mais recente, não foi a encontro com o
presidente Lula antes da Olimpíada-2008 porque estava treinando em Auburn. Segundo
ele, o caso criou mal-estar com
o presidente da CBDA.
Com o ouro no peito, no entanto, hoje tem argumentos
que comprovam sua necessidade de treinar fora do Brasil.
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