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ATLETISMO
Vicente Lenílson foi acusado de assediar mulher de ex-companheiro
Principal velocista do país é a 6 anos de prisão
DA REPORTAGEM LOCAL
Principal velocista do Brasil em
atividade, Vicente Lenílson foi
condenado a seis anos de prisão,
em regime fechado, pelo crime de
atentado violento ao pudor.
O medalhista de prata nos Jogos
de Sydney-2000, de 28 anos, havia
sido acusado por Marly Sales de
Carvalho, mulher de seu então
companheiro de equipe Hudson
de Souza. Os dois treinavam juntos em Presidente Prudente (565
km a oeste de São Paulo).
Segundo ela, Lenílson foi a seu
apartamento no fim de 2003 sob o
pretexto de usar o computador.
O velocista teria, então, agarrado Marly e colocado-a contra a
parede, machucando seus braços
e barriga. Em seu relato, ela diz
que tentou reagir e foi agredida.
O caso foi registrado na Delegacia da Mulher da cidade.
"Ele está abatido porque não fez
nada. Vamos esperar a confirmação oficial para entrarmos com o
recurso", afirmou Marcelo Manfrim, advogado de Lenílson.
O atleta, condenado à pena mínima, esteve ontem na pista de
Presidente Prudente.
Segundo seu técnico, Jayme
Netto Júnior, Lenílson estava abatido e surpreso com a sentença,
mas trabalhou normalmente.
O treinador afirmou que não teme que o caso interfira no patrocínio de sua equipe, que conta
com os principais nomes do país
-ele comandou o revezamento 4
x 100 m medalhista na Austrália.
Lenílson tem como melhor
tempo nos 100 m em 2005, 10s17.
O recorde mundial é de 9s77.
Casado com Maria Aparecida
Souza de Lima, Lenílson não foi
encontrado para comentar o caso.
Anteontem, ao saber da condenação, sua mulher disse estar surpresa. Ela esperava novidades sobre o processo só após o Carnaval.
"Estamos todos ainda bastante
perdidos, mas sei que isso não está certo. Vamos esperar para ver
direito o que está acontecendo e o
que vamos fazer", afirmou.
A advogada de Hudson, Angélica Carro, não conseguiu ter acesso à sentença ontem.
O atleta, o melhor do país nos
1.500 m, também não foi localizado pela Folha.
Por causa da denúncia, o corredor decidiu sair de Presidente
Prudente em 2004. Hudson alegava não ter mais "clima" para continuar os treinos com a equipe.
"Infelizmente aconteceu o que
eu não esperava. É chato conviver
com uma pessoa falsa e cínica.
Preferi sair", afirmou ele à época.
Outra motivação para a mudança foi a postura de Netto Júnior,
que teria tentado intervir em favor de seu pupilo.
Lenílson poderá aguardar em liberdade a resposta sobre seu recurso. Ele também não precisará
arcar com os custos do processo.
Ao menos por enquanto.
Na interpretação do juiz, que o
condenou a fazer o pagamento, o
velocista não tem situação econômica privilegiada. Por isso, ele ficará isento enquanto mantiver
sua "condição de necessitado".
O caso foi julgado na 1ª Vara de
Criminal de Presidente Prudente.
A sentença, proferida no dia 10, só
deve ser divulgada hoje.
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