EDUARDO ARRUDA
TALES TORRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Se você é gringo e vai enfrentar o Corinthians no Pacaembu, pela Libertadores, é bom se preocupar. O aviso pode ser dado à equipe chilena da Universidad Católica, rival de hoje, às 21h45, pela segunda rodada do torneio continental.
Os dois times lideram o Grupo 4, com três pontos, mas os corintianos, em sua casa, reinam absolutos contra equipes estrangeiras.
Nas seis vezes em que disputou a Libertadores, o Pacaembu se transformou em um alçapão implacável para os rivais corintianos de fora do país. Foram 17 jogos no total, com 15 vitórias do clube do Parque São Jorge, um aproveitamento de 88% dos pontos, levando em conta o formato atual, com vitória valendo três pontos.
As duas únicas derrotas corintianas no Pacaembu pela competição foram para brasileiros. Uma em 1991, contra o Flamengo, e a outra em 1996, diante do Grêmio.
O desempenho do Corinthians no estádio é melhor até que o do tricampeão São Paulo no Morumbi. O time tricolor, que não é batido desde 1987 em seus domínios, já caiu quatro vezes em casa e tem aproveitamento de 78,9%.
Apesar da eficiência, a diretoria corintiana, pensando em encher os cofres com a venda de ingressos, deve mudar de casa no torneio a partir do próximo jogo do time em casa, contra o Tigres, do México, no dia 22 de março.
"Acho que pelos problemas com a venda de ingressos no Pacaembu, a tendência é que joguemos no Morumbi", falou Luiz César Granieri, diretor corintiano.
Mas, segundo ele, a decisão final cabe à comissão técnica. O desejo dos cartolas de mandar os jogos no estádio são-paulino se explica. Para o confronto de hoje, os 33 mil ingressos evaporaram em apenas dois dias na semana passada, com muito tumulto.
Se o histórico no Pacaembu impressiona, o desempenho corintiano no Morumbi é fraco: 11 jogos, com cinco vitórias, dois empates e quatro derrotas. E 51,5% de aproveitamento de pontos.
Além disso, o estádio foi palco das amargas eliminações do Corinthians nas Libertadores de 1991, 1999, 2000 e 2003.
O técnico Antônio Lopes, porém, diz que ainda não foi procurado pela diretoria para tratar do assunto: "Se me perguntarem, vou conversar com os jogadores".
O meia Ricardinho afirmou que, se forem consultados, os atletas farão reunião para definir, mas elogiou o Pacaembu.
"É um estádio menor, em que a torcida participa bastante, fica próxima do gramado, e isso atrapalha o adversário", declarou.
Ele terá hoje, pela primeira vez, a companhia de Roger como titular ao seu lado no meio-campo.
Ricardinho também afirmou não ter mais problemas com o meia-atacante Marcelinho, que deixou o Parque São Jorge em 2001 após se desentender com ele.
"Isso já foi superado. Eu só não quero que as pessoas falem o que não está acontecendo", disse o atleta, acusado à época por Marcelinho de passar informações do grupo ao então técnico corintiano Vanderlei Luxemburgo.
Ontem, Marcelinho esteve no Parque São Jorge reunido com advogados do clube para tentar solucionar as pendências jurídicas que têm com o Corinthians.
Segundo o clube, somente quando isso for solucionado é que ele poderá assinar contrato para voltar a atuar pelo Corinthians.