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TÊNIS
Majestade
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
As novas gerações talvez ignorem, só saibam e queiram
falar de Roger Federer hoje, mas
um dos tenistas prediletos de todas as idades atende pelo americaníssimo nome de John Patrick
McEnroe Jr.
O pequeno Junior nasceu bem
longe dos EUA -e pouca gente
sabe disso. Seu pai, oficial da Força Aérea, servia em uma base jerto de Wiesbaden, e o menino nasceu na Alemanha. Só com um
ano foi para "casa", Nova York,
onde viria a brilhar mais tarde.
McEnroe apareceu para o tênis
quando tinha 18 anos. Sem ranking, entrou pelo qualifying, passou e, de cara, chegou às semifinais de Wimbledon. Caiu diante
de Jimmy Connors, que perderia
para Bjorn Borg.
E, se agora nos habituamos a tenistas que surgem do nada, estouram e somem, McEnroe apareceu
de surpresa e ficou -para sempre. Durante toda uma época, em
vez de se falar de um só tenista,
tal qual o jovem leitor fala só de
Federer hoje, falava-se de Mc-
Enroe, mais Connors, mais Borg.
As gerações mais experientes
lembrarão: Borg era o tenista calculista, frio, sueco apelidado de
"Ice Borg". Connors era o americano turrão. Em quadra, recusava-se a aceitar a derrota. Disputava cada ponto como se fosse
match point. Fora de quadra, irritava dirigentes e patrocinadores
com decisões polêmicas -detestava eventos promocionais, ignorava torneios importantes etc.
Mas McEnroe era o predileto
das multidões. Genioso, andava
sempre com cara de mau. Irritado, voltava à cadeira e usava a
raquete como bastão de beisebol
para atirar longe os copos de
água ali deixados. Entre pontos,
colava sua boca à orelha do juiz
de linha e gritava: "Você é cego?".
Parava os jogos para reclamar
com o juiz de cadeira. Contestava
tudo. Uma frase ficou famosa pelo tanto que saía de sua boca em
direção aos árbitros: "Você não
pode estar falando sério!".
McEnroe venceu seu primeiro
Grand Slam em 1979, em Nova
York. No ano seguinte, chegou ao
topo do ranking. Também em
1980, fez o que muitos classificam
como a maior partida da história
de Wimbledon: uma final em cinco sets contra Borg -acabou derrotado em 8/6 no último set.
Foram no total sete Grand
Slams -quatro no Aberto dos
EUA, três em Wimbledon. Contra
Borg, aliás, ganhou sete jogos e
perdeu outros sete. De Connors,
ganhou 20 jogos e perdeu 14.
McEnroe também conquistou 39
vitórias para os EUA na Copa Davis -foram quatro títulos.
Pois na semana passada, aos 47
anos, o canhoto McEnroe voltou
ao circuito profissional para disputar o torneio de duplas em San
Jose, ao lado de outro sueco, Jonas
Bjorkman. Um McEnroe diferente e de cabelos brancos sorria o
tempo todo -cadê o sujeito carrancudo, bocudo e violento?
"Big Mac" sacou com muito
spin, "smashou" com sua classe
habitual e festejou cada ponto.
Na última bola, com um voleio de
backhand, característica que as
gerações anteriores não tiram da
cabeça, McEnroe fechou o jogo e
ganhou mais um título.
Hoje, Federer é rei. E McEnroe
segue sendo majestade.
Brasil Open
Sem Guillermo Coria e Carlos Moyá, o torneio perde bastante brilho.
Mas Ricardo Mello parece superar a fase ruim. Alguma aposta?
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Rafael Garcia, Natasha Lotuffo (18 anos), Fabricio Neis, Luiza Sonervig (16), Augusto Laranja, Isadora Busch (14), Higor Silva e Mariana
Bufara (12) venceram a etapa de abertura, em Ribeirão Preto.
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