São Paulo, domingo, 22 de fevereiro de 2009

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entrevista

Parte da lei não pegou, diz governo

DA REPORTAGEM LOCAL Exílio de torcedores violentos, especialização da polícia e tecnologia de segurança. É a receita oferecida pelo secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Pedro Abramovay, para combater a violência no futebol. Abramovay, do grupo que redigiu o novo Estatuto do Torcedor, diz que o país deve usar a Copa para resgatar o estádio como espaço pacífico. (EO E MB)

 

FOLHA - Você acha que o Estatuto do Torcedor pegou?
PEDRO ABRAMOVAY
- Em certos aspectos, a lei ainda não pegou. Há um problema de efetividade. Há a necessidade de haver Juizados Especiais Criminais nos estádios, nos quais os juízes enxerguem os conflitos pela ótica do Estatuto do Torcedor.

FOLHA - Você é favorável à especialização da polícia?
ABRAMOVAY
- A Secretaria Nacional de Segurança Pública fornecerá cursos de formação policial em grandes eventos. Avançamos na preparação de policiais para o Pan [do Rio de Janeiro, em 2007], mas, para a Copa [no Brasil, em 2014], teremos que mudar a maneira de a polícia lidar com a violência.

FOLHA - Como a polícia pode ser mais efetiva? No Morumbi, torcedores passaram pela revista com bombas caseiras.
ABRAMOVAY
- Os ministérios do Esporte e da Justiça pretendem investir em tecnologia, com câmeras de monitoramento, detectores de metal etc. É caro, mas a gente tem que gastar dinheiro com futebol. É o preço para voltarmos a ter o estádio como espaço de convivência democrática.
Parte do dinheiro tem que vir dos recursos públicos, mas o custo será dividido com clubes e federações.

FOLHA - A violência prejudica a imagem da Copa-2014?
ABRAMOVAY
- Temos que pensar com a lógica inversa e aproveitar a Copa para resolver o problema. Só faz sentido ter uma Copa se for para resgatar o estádio como esse espaço de convívio pacífico.


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