São Paulo, segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

Simplicidade e estratégia

VER CLEITON Xavier oferecendo seu oitavo passe para gol do Palmeiras no ano é simples. Não significa mais do que a lógica, tanto quanto escalar um time com dois meias, dois atacantes e dois volantes, como fez Antônio Carlos na estreia.
Mas Antônio Carlos não fez apenas o simples, como prometeu no dia de sua chegada.
Ele tirou Figueroa do campo e do banco, para onde levou Marquinhos, esquecido antes mesmo de Muricy Ramalho chegar ao Palestra Itália. Marquinhos entrou no lugar de Lenny, deu o chute que resultou no escanteio que, cobrado por ele, resultou no segundo gol de Robert.
Marquinhos é um daqueles jogadores que a Traffic gostaria de ver atuando mais vezes com a camisa do Palmeiras.
Aos boatos de que havia pressão da parceira para escalar atletas que Muricy não queria, o velho técnico respondia: "Eu digo que não quero jogador razoável. Para contratar alguém mais ou menos, eu escalo quem tenho aqui".
Marquinhos não era jogador médio no Vitória. Era uma revelação.
A escolha por ele, à parte a política clube-parceira, é um exemplo de que o novo treinador será capaz de tomar decisões de quem quer montar um time com seu estilo.
Um pouco de Telê Santana, como definiu na sexta-feira, que também escalava, em sua fase são-paulina, dois meias, dois atacantes e dois volantes. Telê tinha como premissa premiar o talento. Em 1991, ano de atuação exuberante do zagueiro Antônio Carlos, Telê liberava o lateral Leonardo como armador e escalava Ronaldão com a camisa 5, na cabeça de área, como guarda- -costas do talentoso lateral.
No Palmeiras de Vanderlei Luxemburgo, outro de dois meias e dois atacantes, o craque tinha destaque e o próprio Antônio Carlos funcionava, às vezes, como armador.
A outra referência do técnico é Fabio Capello: "Aquela Roma campeã da Itália, em que atuei, tinha caráter", ele diz. Para Antônio Carlos, futebol é a simplicidade de Telê, a estratégia de Luxemburgo, o caráter de Capello. Por suas referências, é injusto tratá-lo como um paraquedista.
Sua passagem pelo Palmeiras tem grande chance de dar certo. Além das razões citadas acima, por outra, simples: os reforços estão chegando.

O SISTEMA SIMPLES
Ricardo Gomes mudou o time mais vezes do que se deve desejar para uma equipe em formação. Saiu do 3-5-2, usou duas linhas de quatro na quarta e, no domingo, voltou aos três zagueiros, para Renato Silva marcar Lenny. Uma forma de montar o time é variar. Mas o mais simples é definir o jeito de jogar.

A ZEBRA É...
Preta e branca. E tem uma barriga descomunal. Incrível como Joel Santana fez de um time modestíssimo o campeão da Taça Guanabara. Para ele, a receita é recuperar a autoestima do time. Mas tem a marcação. Leandro Guerreiro com Carlos Alberto, Fahel com Dodô, Wellington com Philippe Coutinho...

A LISTA DE MANO
Há questões indefinidas, na lista do treinador Mano Menezes, que serão resolvidas hoje. Se Escudero fará parte da relação de inscritos na Taça Libertadores da América, no entanto, é menos importante do que qual será o meia de criação escalado ao lado de Tcheco, contra o Racing do Uruguai. Sem Danilo, é provável que Elias avance para organizar a equipe no torneio. E que Jucilei seja o segundo volante do time na quarta. Ele sempre vai bem.


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