São Paulo, segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

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JUCA KFOURI

Palmeiras, à moda Muricy


Com gols de cabeça, porém com uma vontade que não mostrava, Verdão ganha ao velho modo, de novo coração


O JEITO DE ganhar, com duas bolas alçadas na área do São Paulo e com duas cabeçadas certeiras do combatido Robert, levaria perfeitamente a assinatura do ex-técnico Muricy Ramalho, que pouco fez no Palmeiras.
A novidade alviverde foi uma vontade que não se via fazia tempo no Palestra Itália, principalmente na goleada sofrida diante do São Caetano, no meio da semana. E essa qualidade pode ser atribuída ao novo treinador, Antônio Carlos Zago, que, se viu seu lastimável episódio de racismo lembrado por um grupo de torcedores no sábado, ontem ouviu seu nome gritado por outro grupo ao fim do jogo.
Estranho foi o comportamento do São Paulo, como se anestesiado, a ponto de Rogério Ceni virar de costas no segundo gol palmeirense.
Se a atitude denota precaução para o jogo pela Libertadores, melhor teria sido poupar os titulares, que se expuseram de maneira quase vexaminosa, embora prejudicados pela expulsão um tanto rigorosa de Xandão, segundos antes do primeiro gol do Verdão. O resumo do clássico é óbvio: o palmeirense tem por que se alegrar, desde que com moderação, e o são-paulino tem por que se preocupar, desde que sem desespero.

Alegria
Sem Neymar e sem Ganso, só com Robinho, que foi bem, e num gramado inundado, o Santos não poderia ter feito mais do que fez para derrotar o Mirassol, por 2 a 1. Mas futebol com este nome, como sinônimo de alegria, só o time do discreto Dorival Júnior está jogando em São Paulo. Talvez porque não queira ser a maior estrela da companhia e deixe seus comandados explorar aquilo que fazem melhor. Seu time joga de acordo com as características de seus jogadores, sem que ele queira impor o seu modo de ser. Tem dado mais certo do que com certos nomões e tem sido bem mais barato.

Jogão
Grande jogo no fim de semana foi o do Mineirão, porque também o que decidiu a Taça Guanabara, a favor do Botafogo, ficou devendo. Se Joel Santana tirou leite de pedra em mais uma conquista, Adilson Batista é outro nome que se firma como um técnico que não se coloca acima de seu time, o Cruzeiro. Que jogou durante 60 minutos inferiorizado em relação ao Galo, mas resolveu a partida nos últimos 30, muito em função das trocas que ele fez. Só que, é claro, essencialmente porque o talento do retornado Roger fez a diferença.

Engula
Carlos Arthur Nuzman não aceita que o Ministério do Esporte lhe imponha metas para a Olimpíada- -2016. Como não aceita que o Ministério do Turismo, o do Planejamento ou o da Fazenda o faça. Porque o cartola sabe que não há mais retorno, que o governo, este ou o que o suceder, qualquer um, da situação ou da oposição, está diante de um fato consumado, sob pena de desmoralizar não o COB, mas o Brasil. E sabe que o interlocutor com o COI é ele, por uma questão de sobrevivência da espécie dos cartolas. Quem pariu Mateus que o embale.
Falta de aviso não foi.

blogdojuca@uol.com.br


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