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FUTEBOL
Time, que nunca bateu o São Caetano no Morumbi, põe fim à série invicta e deixa campo sob gritos de "pipoqueiro"
São Paulo mantém sina e é eliminado
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
No domingo anterior, a torcida
gritou "entrega" para que o time
deixasse o Juventus vencer e rebaixasse o Corinthians. Não
adiantou. Ontem, gritou "raça" e
também não obteve sucesso.
O São Paulo, mais uma vez, fracassou em momento decisivo: levou 2 a 0 do São Caetano, acabou
eliminado do Campeonato Paulista nas quartas-de-final e ainda
teve de ouvir os gritos de "eiro, eiro, eiro, time de pipoqueiro" de
seus próprios torcedores.
Mas poderia ter sido pior. No
segundo tempo, escapou de levar
uma goleada, já que o time do
ABC perdeu pelo menos duas
grandes chances de gol.
"Dava para ter marcado mais.
Anularam um gol nosso [anotado
por Marcinho, a bandeirinha assinalou impedimento] que foi legal,
e o Gilberto também quase fez o
dele [chutou, cara a cara com Rogério Ceni, mas Cicinho salvou]",
disse Mineiro, um dos destaques
da equipe ontem no Morumbi.
"Futebol é isso aí. O Cuca já tinha nos avisado que, se a gente
perdesse, a casa ia cair. Sentimos
quando eles fizeram o segundo
gol, e aí a coisa desandou de vez",
lamentava Gustavo Nery. "Só
acho uma pena que com uma derrota ficamos de fora."
Apesar de ter feito a melhor
campanha na primeira fase -oito vitórias e um empate, aproveitamento de 92,5%, o melhor da
era profissional do torneio, a partir de 1933-, o time do Morumbi,
pelo regulamento do Paulista, só
tinha a vantagem de jogar em casa. E não soube aproveitá-la.
A partida começou truncada,
com os dois times tentando levar
vantagem no meio-campo.
Com o passar do tempo, ela começou a pender para o lado dos
visitantes, que quase abriram o
placar. Tiveram grande chance
com Marcelo Mattos, aos 27min,
em belo chute de fora da área, e
marcaram o primeiro gol aos
35min. Anderson Lima cobrou
escanteio, e Fabrício Carvalho cabeceou para fazer 1 a 0.
A melhor chance do São Paulo
aconteceu aos 44min, quando Fabão cobrou falta, e Silvio Luiz fez
boa defesa.
No segundo tempo, necessitando do empate para pelo menos levar o jogo para a prorrogação, a
equipe de Cuca foi para o ataque e
ficou desguarnecida na defesa, cedendo espaço para os contra-ataques rápidos do rival.
Mas foi novamente em lance de
bola parada que o São Caetano
marcaria, e não num dos contra-ataques que confundiam a zaga
são-paulina. Aos 11min, Anderson Lima cobrou escanteio, e Fabrício Carvalho, repetindo o primeiro gol, cabeceou e fez 2 a 0.
A partir daí, a torcida do São
Paulo começou a pressionar e a
xingar seus jogadores, e a equipe
se descontrolou de vez. Fabão,
que foi mal nos dois gols do São
Caetano, cometeu falta violenta e
foi expulso, deixando o time da
casa com um a menos em campo.
A ira da torcida só aumentou.
Passou a hostilizar Grafite, logo
sacado de campo por Cuca, e a
chamar os atletas de pipoqueiros.
Diante do desespero dos rivais,
o São Caetano continuou criando
lances de perigo. Aos 35min, Anderson Lima acertou um chute na
trave de Rogério Ceni.
Dois minutos depois, Fábio
Santos, que entrara no time do
ABC, foi expulso por jogo violento, mas logo em seguida o São
Paulo voltaria a ficar com um a
menos. Luís Fabiano, pouco depois de Gustavo Nery acertar a
trave do rival, levou o vermelho
depois de entrada violenta, de
carrinho, em Serginho.
E o time deixou o gramado,
além de com o estigma de falhar
na hora H, com a sina de nunca
ter vencido o São Caetano, agora
em quatro jogos, no Morumbi.
Ao todo, em sete partidas, o time
do ABC ganhou quatro, empatou
duas e perdeu só uma para o rival.
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