São Paulo, segunda-feira, 22 de março de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Time, que nunca bateu o São Caetano no Morumbi, põe fim à série invicta e deixa campo sob gritos de "pipoqueiro"

São Paulo mantém sina e é eliminado

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

No domingo anterior, a torcida gritou "entrega" para que o time deixasse o Juventus vencer e rebaixasse o Corinthians. Não adiantou. Ontem, gritou "raça" e também não obteve sucesso.
O São Paulo, mais uma vez, fracassou em momento decisivo: levou 2 a 0 do São Caetano, acabou eliminado do Campeonato Paulista nas quartas-de-final e ainda teve de ouvir os gritos de "eiro, eiro, eiro, time de pipoqueiro" de seus próprios torcedores.
Mas poderia ter sido pior. No segundo tempo, escapou de levar uma goleada, já que o time do ABC perdeu pelo menos duas grandes chances de gol.
"Dava para ter marcado mais. Anularam um gol nosso [anotado por Marcinho, a bandeirinha assinalou impedimento] que foi legal, e o Gilberto também quase fez o dele [chutou, cara a cara com Rogério Ceni, mas Cicinho salvou]", disse Mineiro, um dos destaques da equipe ontem no Morumbi.
"Futebol é isso aí. O Cuca já tinha nos avisado que, se a gente perdesse, a casa ia cair. Sentimos quando eles fizeram o segundo gol, e aí a coisa desandou de vez", lamentava Gustavo Nery. "Só acho uma pena que com uma derrota ficamos de fora."
Apesar de ter feito a melhor campanha na primeira fase -oito vitórias e um empate, aproveitamento de 92,5%, o melhor da era profissional do torneio, a partir de 1933-, o time do Morumbi, pelo regulamento do Paulista, só tinha a vantagem de jogar em casa. E não soube aproveitá-la.
A partida começou truncada, com os dois times tentando levar vantagem no meio-campo.
Com o passar do tempo, ela começou a pender para o lado dos visitantes, que quase abriram o placar. Tiveram grande chance com Marcelo Mattos, aos 27min, em belo chute de fora da área, e marcaram o primeiro gol aos 35min. Anderson Lima cobrou escanteio, e Fabrício Carvalho cabeceou para fazer 1 a 0.
A melhor chance do São Paulo aconteceu aos 44min, quando Fabão cobrou falta, e Silvio Luiz fez boa defesa.
No segundo tempo, necessitando do empate para pelo menos levar o jogo para a prorrogação, a equipe de Cuca foi para o ataque e ficou desguarnecida na defesa, cedendo espaço para os contra-ataques rápidos do rival.
Mas foi novamente em lance de bola parada que o São Caetano marcaria, e não num dos contra-ataques que confundiam a zaga são-paulina. Aos 11min, Anderson Lima cobrou escanteio, e Fabrício Carvalho, repetindo o primeiro gol, cabeceou e fez 2 a 0.
A partir daí, a torcida do São Paulo começou a pressionar e a xingar seus jogadores, e a equipe se descontrolou de vez. Fabão, que foi mal nos dois gols do São Caetano, cometeu falta violenta e foi expulso, deixando o time da casa com um a menos em campo.
A ira da torcida só aumentou. Passou a hostilizar Grafite, logo sacado de campo por Cuca, e a chamar os atletas de pipoqueiros.
Diante do desespero dos rivais, o São Caetano continuou criando lances de perigo. Aos 35min, Anderson Lima acertou um chute na trave de Rogério Ceni.
Dois minutos depois, Fábio Santos, que entrara no time do ABC, foi expulso por jogo violento, mas logo em seguida o São Paulo voltaria a ficar com um a menos. Luís Fabiano, pouco depois de Gustavo Nery acertar a trave do rival, levou o vermelho depois de entrada violenta, de carrinho, em Serginho.
E o time deixou o gramado, além de com o estigma de falhar na hora H, com a sina de nunca ter vencido o São Caetano, agora em quatro jogos, no Morumbi. Ao todo, em sete partidas, o time do ABC ganhou quatro, empatou duas e perdeu só uma para o rival.


Texto Anterior: Paulista teme sofrer punição da federação
Próximo Texto: Pingue-pongue: Serginho chama Luis Fabiano de maldoso e desleal
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.