São Paulo, domingo, 22 de março de 2009

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JUCA KFOURI

De repente, atacantes em profusão


Como só acontece no futebol brasileiro, de uma hora para outra, no atacado, artilheiros entram em ação

NO SUL , Alex Mineiro, Nilmar e Taison.
Em São Paulo, Washington, Borges, Keirrison, o velho Ronaldo e o novo Neymar.
Tudo bem, tem também o corintiano Souza para puxar para baixo, mas nem tudo é perfeito, até porque tem ainda, de volta de lesão, o goleador santista Kléber Pereira.
No Rio de Janeiro, Fred, um senhor centroavante repatriado pelo Fluminense para compensar um Obina ou um Josiel, além de Reinaldo e o retornado, também ao Botafogo, Victor Simões.
Em Minas Gerais, Kléber e Diego Tardelli, embora problemáticos e, o último, aparentemente datado.
Seja como for, Tardelli tem a segunda melhor média de gols até aqui na temporada, com 12 gols em 15 jogos, contra 16 em 14 partidas do líder no quesito, o palmeirense Keirrison.
E, no Recife, o menino Ciro, uma joia a ser lapidada como Neymar e já vivendo provas de fogo na competição continental.
O velho e o novo se misturam para fazer o que povo gosta, como diria o antigo locutor esportivo: gols.
Claro que é preciso levar em conta que a esmagadora maioria dos gols dessa gente toda tem acontecido nos fracos torneios estaduais, o que, no entanto, não torna menor a expectativa por vê-los em ação quando a Copa do Brasil se afunilar, quando o Campeonato Brasileiro começar e, principalmente, quando a Taça Libertadores de alguns deles precisar.
Agradável expectativa.
Estávamos acostumados a não ver nossas promessas amadurecer por aqui e a admirar o talento de nossos goleadores fora daqui.
Para alguma coisa de bom está servindo a crise financeira internacional, que dificulta o êxodo e até permite repatriamentos.
Por quanto tempo, é verdade, ninguém sabe, mas, ao menos, já se ouve um discurso de que esforços serão feitos para mantê-los em gramados nacionais, como se esteja começando a cair a ficha de que devemos exportar apenas o espetáculo, não os artistas.
Tomara mesmo que assim seja, porque nada melhor do que esperar um clássico que confronte Ronaldo e Keirrison como vimos outro dia ou entre Ronaldo e Neymar, como poderemos ver neste domingo, no Pacaembu.
Pena que sempre apareça um cartola para estragar o clima de festa, como aconteceu mais uma vez em torno do clássico entre Corinthians e Santos, novamente pelo cinismo e pela irresponsabilidade, aliados da incomensurável incompetência da direção corintiana, capaz de só comprar as brigas erradas e diminuir o que deveria ser grande.
E de nada adiantam desmentidos, porque foi mesmo por não cumprir o combinado com Ronaldo que ele nem foi a Santo André no domingo passado, como informou em seu blog o jornalista Michel Laurence -informação confirmada, inadvertidamente, por um jovem diretor alvinegro do Parque São Jorge.
Mas a hora é de saudar este momento, por fugaz que possa ser, porque nas quatro praças mais importantes do futebol brasileiro há garantia de emoção, com atrações que até o continente europeu também gostaria de ver.
Aproveitar o momento é, no mínimo, o que nos resta.

blogdojuca@uol.com.br


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