|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Corinthians inspira "gêmeo" Noroeste
Criado no mesmo dia do clube alvinegro, time de Bauru se fia no marketing para obter acesso à A-1 no ano do centenário
Presidida e bancada por conselheiro corintiano, equipe do interior está perto de conquistar vaga para a fase decisiva da Segundona
LEONARDO LOURENÇO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para atingir as metas traçadas para o seu centenário, o Noroeste, clube de Bauru, na região central do Estado, busca
inspiração no Corinthians, seu
"irmão gêmeo" famoso.
Fundados no mesmo dia 1º
de setembro de 1910, as equipes
tentam marcar o centésimo
ano de suas vidas com conquistas, ainda que os objetivos do
Noroeste sejam bem mais modestos do que os dos alvinegros.
Se em São Paulo o Corinthians quer o primeiro título da
Taça Libertadores, em Bauru o
alvo do Noroeste é a volta à primeira divisão do Campeonato
Paulista, que deixou no ano
passado com a pior campanha.
Para isso, o clube aposta em
ações de marketing, algumas
que remetem a projetos desenvolvidos pelo clube da capital.
Foram colocados à venda
dois kits comemorativos do
centenário: um direcionado
aos torcedores e outro às empresas da região de Bauru.
O primeiro, por R$ 1.000, inclui, entre outras coisas, uma
camiseta com as fotos de cem
colaboradores -como as utilizadas pelo time corintiano nos
dois últimos Brasileiros.
"Este está fechado, vamos ter
que abrir novos lotes", conta o
consultor de marketing do Noroeste, Evaldo Armani.
Já a venda dos pacotes voltados às empresas, que contam
com a divulgação da marca pelo
clube, decepciona. De cem kits,
apenas três foram vendidos.
A diretoria noroestina deseja
também enfrentar o próprio
Corinthians em um amistoso,
para coroar as comemorações
do centenário, mas o calendário apertado dos corintianos
deve atrapalhar os planos.
As ligações entre o Noroeste
e o Corinthians, porém, não se
resumem à data de fundação a
às ações de marketing. O clube
de Bauru é presidido por Damião Garcia, conselheiro vitalício do Corinthians e que patrocinou, por 11 anos, o time do
Parque São Jorge com a marca
de sua empresa, a Kalunga. "Foi
minha maior emoção", diz ele.
Estima-se que Garcia já tenha injetado cerca de R$ 10 milhões no Noroeste desde 2003,
quando assumiu. Conforme a
reportagem apurou, os custos
mensais do clube, 75% deles
bancados pelo empresário, alcançam R$ 450 mil, valor considerado alto para equipes da
segunda divisão paulista.
Braço direito do presidente,
o diretor-executivo do Noroeste, José Roberto Souza, trabalhou na administração corintiana por 17 anos.
"Hoje temos tudo absolutamente equilibrado. Por nossa
estrutura e pelas condições de
trabalho, é nossa obrigação subir [para a A-1]", avalia Souza.
O time tem dois jogos restantes na primeira fase da A-2, onde ocupa atualmente a quarta
posição, com 32 pontos -oito
passam para a fase final.
Depois de um início irregular, o Noroeste se encontrou
com a chegada do técnico Luciano Dias, com dez pontos
conquistados em quatro jogos.
Mais uma vitória praticamente assegura uma vaga na
luta pelo acesso, para, quem sabe, reencontrar o Corinthians
no ano de seu 101º aniversário.
Texto Anterior: Juca Kfouri: Fique à vontade, Dunga Próximo Texto: Frase Índice
|