São Paulo, segunda-feira, 22 de março de 2010

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Corinthians inspira "gêmeo" Noroeste

Criado no mesmo dia do clube alvinegro, time de Bauru se fia no marketing para obter acesso à A-1 no ano do centenário

Presidida e bancada por conselheiro corintiano, equipe do interior está perto de conquistar vaga para a fase decisiva da Segundona

LEONARDO LOURENÇO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para atingir as metas traçadas para o seu centenário, o Noroeste, clube de Bauru, na região central do Estado, busca inspiração no Corinthians, seu "irmão gêmeo" famoso.
Fundados no mesmo dia 1º de setembro de 1910, as equipes tentam marcar o centésimo ano de suas vidas com conquistas, ainda que os objetivos do Noroeste sejam bem mais modestos do que os dos alvinegros.
Se em São Paulo o Corinthians quer o primeiro título da Taça Libertadores, em Bauru o alvo do Noroeste é a volta à primeira divisão do Campeonato Paulista, que deixou no ano passado com a pior campanha.
Para isso, o clube aposta em ações de marketing, algumas que remetem a projetos desenvolvidos pelo clube da capital.
Foram colocados à venda dois kits comemorativos do centenário: um direcionado aos torcedores e outro às empresas da região de Bauru.
O primeiro, por R$ 1.000, inclui, entre outras coisas, uma camiseta com as fotos de cem colaboradores -como as utilizadas pelo time corintiano nos dois últimos Brasileiros.
"Este está fechado, vamos ter que abrir novos lotes", conta o consultor de marketing do Noroeste, Evaldo Armani.
Já a venda dos pacotes voltados às empresas, que contam com a divulgação da marca pelo clube, decepciona. De cem kits, apenas três foram vendidos.
A diretoria noroestina deseja também enfrentar o próprio Corinthians em um amistoso, para coroar as comemorações do centenário, mas o calendário apertado dos corintianos deve atrapalhar os planos.
As ligações entre o Noroeste e o Corinthians, porém, não se resumem à data de fundação a às ações de marketing. O clube de Bauru é presidido por Damião Garcia, conselheiro vitalício do Corinthians e que patrocinou, por 11 anos, o time do Parque São Jorge com a marca de sua empresa, a Kalunga. "Foi minha maior emoção", diz ele.
Estima-se que Garcia já tenha injetado cerca de R$ 10 milhões no Noroeste desde 2003, quando assumiu. Conforme a reportagem apurou, os custos mensais do clube, 75% deles bancados pelo empresário, alcançam R$ 450 mil, valor considerado alto para equipes da segunda divisão paulista.
Braço direito do presidente, o diretor-executivo do Noroeste, José Roberto Souza, trabalhou na administração corintiana por 17 anos.
"Hoje temos tudo absolutamente equilibrado. Por nossa estrutura e pelas condições de trabalho, é nossa obrigação subir [para a A-1]", avalia Souza.
O time tem dois jogos restantes na primeira fase da A-2, onde ocupa atualmente a quarta posição, com 32 pontos -oito passam para a fase final.
Depois de um início irregular, o Noroeste se encontrou com a chegada do técnico Luciano Dias, com dez pontos conquistados em quatro jogos.
Mais uma vitória praticamente assegura uma vaga na luta pelo acesso, para, quem sabe, reencontrar o Corinthians no ano de seu 101º aniversário.


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