São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 2008

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Parreira leva Joel Santana para dirigir África do Sul

Flamengo confirma que seu treinador assumirá a anfitriã da Copa de 2010

Ex-comandante da seleção brasileira, cuja saída foi anunciada ontem, indicou colega, que fica no Rio até disputar a final do Estadual

DA REPORTAGEM LOCAL

Razões pessoais levaram o técnico Carlos Alberto Parreira a deixar a África do Sul. Razões financeiras e profissionais levaram o técnico Joel Santana a substituí-lo no cargo, abandonando o Flamengo.
Foi o que revelaram dois anúncios na tarde de ontem, da associação de futebol do país africano, anfitriã da Copa de 2010, e do clube carioca.
"A nossa vida é de cigano, as coisas acontecem da noite para o dia. Fiz questão de passar logo para a direção do clube. Não sou criança e não sei se teria uma proposta igual a essa, irrecusável. Já passei aos jogadores", disse Joel, que comunicou sua saída ontem aos atletas do Flamengo na Granja Comary.
Seu contrato inclui o Mundial-2010, quando ele dirigirá o selecionado da África do Sul.
"Foi uma proposta financeira irrecusável [da África do Sul para Joel]. O Parreira nos comunicou ainda no domingo", contou o vice-presidente do Flamengo, Kléber Leite. "Vamos ver o que fazer agora."
A frase mostra que a transferência do técnico para a seleção africana teve o dedo do seu antecessor. Parreira, que dirigiu o Brasil na Copa-06, fez uma lista de indicados para os dirigentes africanos. A escolha recaiu sobre Joel, que ganhará salário tão vantajoso quanto o do antecessor. Tinha causado polêmica na África do Sul a informação de que Parreira recebia US$ 250 mil (R$ 420 mil) mensais.
Esta é a quinta passagem de Joel pelo Flamengo, onde ganhou um Estadual e ficou famoso por livrar o time de dois rebaixamentos no Brasileiro. Ele segue no comando da equipe até a segunda partida final do Estadual, no dia 4 de maio. Em seguida, vai à África.
O anúncio ocorreu no mesmo dia em que os dirigentes africanos confirmaram a saída de Parreira. Raymond Hack, diretor-executivo da federação sul-africana, exibiu à imprensa uma carta do treinador brasileiro em que ele diz que seu último dia de trabalho à frente da seleção será no dia 2 de maio.
""Minha família e minha esposa precisam de mim. Depois de 36 anos de casamento, não podia dizer não", disse Parreira na carta. Leila Parreira, mulher do técnico e que tem enfrentado problemas de saúde, havia confirmado a saída dele à Folha. ""Não é bom romper um contrato quando tudo estava indo tão bem", ressaltou Parreira, que obteve nove vitórias, seis empates e seis derrotas.
Do Brasil, Parreira ajudará como consultor técnico. ""Se nós nos mantivermos no mesmo caminho, estou certo de que o time terá capacidade de render bem na Copa."


Colaborou a Sucursal do Rio

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