São Paulo, quinta-feira, 22 de abril de 2010

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Rock e samba embalam treino do Santo André na Vila Porto

Gritos do treinador contrastam com música na vizinhança do CT, em Barueri

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

"Oh, I, oh, I'm still alive."
O refrão de "Alive", música do Pearl Jam, ecoa na Vila Porto, bairro periférico de Barueri onde o Santo André se concentra para a final do Campeonato Paulista. Concentra-se?
"Na semana passada, começou a rolar um forró daquela banda Djavú. A gente até tentou ensaiar uns passinhos ali", diverte-se o goleiro Júlio Cesar.
O centro de treinamento mantido pela Prefeitura de Barueri está cravado entre casas populares. Delas, surgem inesperadamente ritmos e sons que embalam o time do ABC.
Ontem, por exemplo, enquanto os zagueiros Hallison, Marcel e Vitor esperavam para afastar mais um cruzamento treinado pelo técnico Sérgio Soares, explodiu o rock pesado. Os atletas olharam para trás, procurando pelo "DJ" da tarde.
"Bate, Cesinha!", ordenou Soares, enquanto Eddie Vedder entoava a melodia mais calma de "Black", outro hit da banda de Seattle. "All the pictures have all been washed in black, tattooed everything", diz a música. "Boa!", vibra Soares com a disposição de sua zaga.
Então, o silêncio corta a sonzeira justamente quando a reportagem saía do CT para procurar pelo roqueiro da Vila Porto. Não havia mais pistas.
O show, porém, tinha que continuar. Uma voz menos grave canta: "A paixão me pegou...", mas o motorista do carro acelera e mal dá tempo de os jogadores acompanharem a letra de "Grades do Coração" no samba do Revelação.
É assim praticamente o treino todo. Intercalam-se as músicas da vizinhança com os berros do técnico do Santo André. Há, porém, quem garanta não notar a agitação sonora.
"Cara, ali a gente está tão concentrado no treino que nem percebe. Você é quem está me falando isso", diz o atacante Rodriguinho, negando a "interferência" do rock e do samba.
"Sou do pagode", diz o goleador do time no torneio (14 gols) e fã de... Rodriguinho, ex-vocalista do grupo Os Travessos.
"Quando estourou o Rebolation, virou febre nos toques de celular da rapaziada", confidencia a assessoria de imprensa do time do ABC paulista.
Mas que os atletas não venham com essa música para os lados de Júlio Cesar quando ele está concentrado no vestiário antes de a partida começar.
"Adoro escutar rock para dar uma agitada", afirma o goleiro, fã de Nirvana e de Charlie Brown Jr. Mas Júlio é eclético. "Escuto samba e sertanejo, também", lembra o arqueiro, que não treinou ontem devido a uma dor no ombro direito.
O zagueiro Toninho, com entorse no tornozelo direito, também ficou de molho. Ambos, porém, estão garantidos para domingo. Ao contrário do centroavante Nunes, praticamente descartado do primeiro duelo da decisão contra o Santos.


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