São Paulo, quinta-feira, 22 de abril de 2010

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FUTEBOL

Special One


Robben e Sneijder se colocam como rivais de Messi na luta pelo posto de maior craque do mata-mata, mas há um "1º"

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

QUEM TEM sido "o cara" dos mata-matas da Copa dos Campeões? Dois jogadores foram eleitos oficialmente os melhores em campo em três partidas desde que chegou a hora "em que os homens se separam dos meninos", mas talvez nenhum deles seja o "1º".
Messi e Sneijder brigariam por esse nobre posto às portas da Copa, pois dominam a lista de principais craques dos playoffs, se bem que Robben foi eleito duas vezes melhor de um jogo e não sei por que não ganhou naquele 2 a 3 do Bayern ante a Fiorentina em que ele fez um golaço.
A questão aqui é mesmo técnica. O "Special One" José Mourinho conseguiu vencer os cinco jogos que fez até agora no mata-mata e, anteontem, conseguiu um de seus triunfos mais emblemáticos. Não só venceu o Barcelona de Messi. Mereceu e muito superar o clube no qual foi um auxiliar (já marrento àquela época).
Ele deixou o Barça ficar com a bola (68%), mas não o deixou jogar. Marcou em cima sua defesa, dificultando assim a saída de bola e sufocando o time de Josep Guardiola como raras vezes se viu desde que o jovem treinador espanhol assumiu a "menina dos olhos" do mundo da bola.
José Mourinho, que pode conseguir uma Tríplice Coroa na temporada (Copa dos Campeões, Italiano e Copa da Itália), continua com sua secular invencibilidade caseira por campeonatos nacionais. Já são 134 jogos sem derrota, mais de oito anos (o último tropeço de um time dele como mandante em Nacional foi em 23 de fevereiro de 2002, quando o Porto perdeu de 3 a 2 do Beira-Mar).
O Chelsea ainda não foi campeão inglês sem Mourinho (caiu duas vezes para seu ex neste mata-mata), o Porto mal sonha ser campeão europeu de novo sem ele (ficou pequeno para o ego dele), e a Itália engole o autointitulado "Special One" com gosto amargo (e vice-versa). Se fizer a Inter campeã da Europa, algo que não acontece desde 1965 com Helenio Herrera, lenda defensiva, o egocêntrico português confirmará o que muita gente já pensa: ele fará enorme falta na Copa do Mundo.
A vitória sobre o Barça foi incontestável até nas sutilezas. O time catalão fez mais faltas (21 a 18) e teve mais cartões amarelos (5 a 2). Se Messi fez e sofreu uma falta, Lúcio não cometeu nenhuma e levou três.
José Mourinho tem todos os motivos para "se achar". É Special sim.

NOTAS DA COPA-1986
Argentinal - 8
Alemanha Ocidental, Bélgica, Brasil, Dinamarca, Espanha e França - 7
México e União Soviética - 8
10º Marrocos - 5
11º Inglaterra e Itália - 3
13º Argélia, Bulgária, Coreia do Sul, Escócia, Irlanda do Norte, Paraguai, Polônia e Uruguai - 2
21º Hungria, Iraque e Portugal - 1
24º Canadá - 0

rodrigo.bueno@grupofolha.com.br


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