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MOTOR
FÁBIO SEIXAS - fabioseixas.folha@uol.com.br @fabio_seixas
Red Bull e McLaren, realidade e fantasia
NAS CINCO VOLTAS anteriores ao seu segundo e último pit, quando os pneus já
estavam no bagaço, Vettel
conseguiu média de
1min44s399. Nas mesmas
cinco voltas, Hamilton virou
em 1min41s240.
Nas cinco voltas finais, pelo mesmo motivo, Vettel fez
tempo médio de 1min43s328.
Hamilton, de borracha sete
voltas mais nova,
1min42s220.
Faltando quatro para a
bandeirada, sem muito trabalho, o inglês fez a ultrapassagem, garantiu a vitória e
quebrou a hegemonia reinante até então.
Foi um tremendo erro estratégico da Red Bull colocar
o alemão numa estratégia de
duas paradas em Xangai. Erro que pode ter sido motivado pela sua péssima largada, outro erro. Que pode ter sido influenciado pelo problema com seu claudicante Kers, mais um erro.
Não, não é normal a Red Bull errar tanto assim.
E Vettel sabe disso. Tanto
que, na sua expressão, após
a corrida, não havia o menor
sinal de preocupação. Pelo
contrário. Havia um "tudo
bem, deixa eles ganharem
essa". Corridas perdidas
acontecem, não são o fim
do mundo.
A prova da superioridade
veio no sábado, no treino
classificatório.
No Q3, logo em sua primeira tentativa de volta lançada, com a maior tranquilidade, Vettel garantiu a pole position. O segundo colocado, Button, companheiro
de Hamilton, fez uma voltaça -a melhor do fim de semana, se Vettel e Newey
não tivessem nascido- ,
mas ficou a um abismo do
rival: 0s715.
A McLaren certamente
evoluiu. Depois de passar a
pré-temporada toda atrás
da Ferrari, encontrou soluções nos computadores de
Woking e chegou a Melbourne como segunda
força.
Hoje, sem dúvidas, está
ainda mais próxima da Red
Bull. Mas colocá-las lado a
lado é puro desejo de torcedor que, justificadamente,
quer ver um campeonato
equilibrado. Pode até acontecer. Mas ainda não é a
realidade.
F-1
MEXE-MEXE
Já é possível sentir o cheiro de fritura no ar. Na Williams, Michael, diretor técnico, admitiu
que o ritmo está longe do imaginado e que isso cai nos seus
ombros. Na Ferrari, Montezemolo bradou que "este não pode ser o nível do time". Domenicali deve estar preocupado.
INTERLAGOS
PAULO KUNZE, 67
Foram necessárias as mortes de Rafael Sperafico e Gustavo Sondermann na Curva do Café
para que entendessem o risco da falta de área de escape. A morte de Kunze cai em outra
conta: a do desleixo dos clubes e federações. Quantas serão necessárias até a mudança?
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