São Paulo, quarta-feira, 22 de maio de 2002

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FUTEBOL

São Paulo e Palmeiras disputam vaga na final do Superpaulista para amenizar temporada e recuperar dinheiro

Clássico vale consolo e fim de prejuízo

RICARDO PERRONE
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais que uma vaga na decisão do Supercampeonato Paulista, São Paulo e Palmeiras duelam hoje, às 21h, no Canindé, por uma chance de terminar a curta competição sem levar prejuízo.
As duas diretorias contam com a participação na final para recuperar o dinheiro perdido por causa da falta de público no primeiro jogo entre os dois rivais, domingo passado, vencido pelos são-paulinos por 2 a 0.
Graças ao triunfo, o São Paulo se classifica mesmo se perder por um gol de diferença hoje.
Os palmeirenses precisam de uma vitória por três gols de vantagem. Se ganharem pela mesma diferença obtida pelo rival no confronto anterior, a vaga será decidida nos pênaltis.
Quem se classificar terá a chance de ganhar um título no primeiro semestre como consolo, já que os dois clubes não triunfaram no Rio-SP e na Copa do Brasil.
Na rodada de abertura do torneio estadual, em São Caetano, o dinheiro arrecadado com a venda de ingressos não foi suficiente nem para cobrir as despesas com o jogo. Por isso, os dois clubes pagaram para jogar.
Os são-paulinos tiveram um prejuízo R$ 10,1 mil, de acordo com o diretor de futebol Carlos Augusto de Barros e Silva.
O clube do Parque Antarctica, que foi o mandante da partida, mas fez acordo para dividir a renda com o rival nos dois jogos, caso sobre dinheiro, também disse que não conseguiu cobrir as despesas.
"O departamento financeiro não me falou quanto tivemos de prejuízo, mas acredito que o valor tenha ficado perto de R$ 10 mil também", afirmou Sebastião Lapola, diretor de futebol do clube.
Cerca de 5.000 pessoas acompanharam a partida, gerando uma renda pouco superior a R$ 50 mil. Desse valor foram descontadas taxas para pagar arbitragem e bilheteiros, além de outras despesas que devem ser pagas pelos clubes.
"Não sobrou dinheiro nem para pagarmos o aluguel do ônibus que levou o time do CT ao estádio", disse o diretor são-paulino.
"Nós tivemos despesas com hospedagem, transporte e alimentação e a renda do jogo não conseguiu, nem de perto, custear isso", declarou Lapola.
Os dois diretores não souberam dizer quanto receberão pelos direitos de transmissão pela TV dos jogos da competição. Esse dinheiro poderia cobrir o prejuízo.
Mas, normalmente, os clubes recebem parte da verba antecipadamente, e a usam para outras despesas, como pagamento de salários. Por isso não contam com essa receita para custear as despesas que têm nas partidas.
A idéia de marcar a primeira partida para a cidade de São Caetano do Sul partiu do presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), Eduardo José Farah, que temia um fracasso de público se a partida acontecesse na capital.
A princípio, o dirigente queria levar as partidas para Presidente Prudente e São José do Rio Preto. Mas os clubes só aceitariam jogar no interior se a federação arcasse com os custos de transporte e hospedagem. Farah não quis.
Para a partida de hoje, os dirigentes esperam que o Canindé receba de 10 mil a 12 mil pessoas, o que ainda não daria lucro. "Se forem vendidos 10 mil ingressos, só vamos conseguir pagar as despesas", disse Barros e Silva.
Ele torce para que a sua equipe chegue à final e decida o título com o Ituano, que disputa uma vaga com o Corinthians. "Só recuperaríamos o prejuízo na final. Espero que seja contra o Ituano porque levaríamos mais torcedores ao Morumbi."
Barros e Silva acredita que, se a decisão for contra o clube do interior, o jogo na capital pode atrair cerca de 60 mil pessoas. Segundo ele, a finalíssima contra o Corinthians atrairia menos torcedores. "Muita gente tem medo de ir ao estádio em jogos com duas torcidas grandes", afirmou.


NA TV - São Paulo x Palmeiras, na ESPN Brasil, ao vivo, às 21h



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