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TÊNIS
Respeito é bom
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Nos últimos dois anos, o
Aberto da França foi nada
mais nada menos do que a coroação do rei do saibro. Nada se esperava além da definição do jogador dominante na terra batida.
No ano passado, por exemplo,
Gustavo Kuerten e Juan Carlos
Ferrero dividiam as conquistas e
as atenções até o Grand Slam
francês. Por obra do sorteio, o
confronto entre eles foi nas semifinais. Depois da vitória sobre Ferrero, Kuerten só ratificou sobre
Alex Corretja o título de melhor
jogador do saibro.
No ano anterior, a situação foi
bastante parecida, mas com
Kuerten e Magnus Norman.
O sueco derrotou o brasileiro na
final em Roma, mas perdeu nas
quartas-de-final em Hamburgo e,
depois, novamente na decisão do
Aberto da França.
Neste ano, porém, a situação é
diferente. É impossível dizer que
existe um tenista que esteja dominando o saibro, quanto mais dois.
Em vez de ter Kuerten ou Norman como favoritos, ou Kuerten e
Ferrero, uma lista poderia ter
agora Ferrero, Carlos Moyá, Lleyton Hewitt, Andre Agassi, Roger
Federer e Marat Safin.
Só que, quando a lista de favoritos é grande, é sinal de não há favoritos. É aí que aumenta a expectativa e até o otimismo em relação aos brasileiros.
Gustavo Kuerten chega a Roland Garros muito melhor do que
ele mesmo esperava, motivado.
Aos poucos, consegue colocar
mais profundidade nas bolas, encontrar seu ritmo, sentir-se cada
vez mais solto em quadra.
Em Hamburgo, a boa campanha abriu nova perspectiva para
o catarinense. ""A cada dia sinto
melhor a bola na raquete; quando isso acontece, os outros caras
começam a ter dificuldade de
aguentar meu ritmo", confidenciou Kuerten antes de embarcar
para Paris.
Fernando Meligeni também
tem no ""respeito" dos adversários
uma arma para não ficar pelo caminho. ""É um lugar onde o pessoal me conhece e me respeita",
ele falou anteontem, horas antes
de viajar para sua décima participação em Paris.
Sua melhor participação foi há
três anos, quando chegou às semifinais. Não será surpresa se chegar tão longe novamente, visto
que está vivendo uma de suas melhores temporadas de saibro.
"Quero ter uma presença importante neste ano lá", falou Meligeni. Como Kuerten, vai intensificar sua preparação física nestes
últimos dias.
André Sá também, antes de embarcar, apostou no físico. ""No saibro, as partidas podem durar horas, ainda mais sendo melhor de
cinco sets", disse Sá, com razão.
Não tão fã do piso de terra batida, o mineiro pode ter na sua recém-adquirida experiência no
circuito um trunfo.
Flávio Saretta é um nome que,
como Meligeni, corre por fora,
mas pode ir longe. Pela primeira
vez no Grand Slam francês, conta
com o respeito dos adversários, já
que nesta temporada enfiou a cara no circuito, conseguindo algumas boas vitórias.
"Já não preciso mais ficar procurando alguém para treinar comigo", contou, na semana passada, também pouco antes de viajar
para a Europa. ""Ganhei mais
confiança para jogar."
Se não fazem parte da extensa
lista de favoritos ao título, estes
quatro brasileiros podem ir longe.
Além de talento e confiança, terão em Roland Garros o respeito
dos oponentes. Já é muita coisa.
Em baixa
Dos seis brasileiros no qualifying, Alexandre Simoni, Marcos Daniel, Daniel Melo, Francisco Costa e Júlio Silva caíram. Só resta o
bravo Ricardo Mello, que precisa ainda ganhar dois jogos.
Em alta
Jennifer Capriati tem a dura missão de defender o título. Olho em
Venus e Serena Williams, respectivamente dois e três no ranking.
Está chegando o dia em que elas dominarão o mundo. Richard Williams ""cantou a bola" há anos, mas ninguém deu muita atenção.
Em Brasília
Mais de 200 jovens disputam a segunda etapa do Circuito Juvenil
Banco do Brasil. Na terceira etapa do Credicard Visa Junior's Cup,
em Porto Alegre, foram campeões Lucas Abella, Bruna Vieira (12
anos), Nicolas Santos e Liege Vieira (14 anos), Bruno Rosa e Patrícia Coimbra (16 anos) e Tiago Gilioli e Marina Chiarelli (18 anos).
E-mail reandaku@uol.com.br
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