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Copa 2006
Time de Parreira, que chega hoje à Suíça, deverá ter a companhia de beberrões em seus treinamentos
Atividades em Weggis são
abertas aos torcedores, ao contrário do que foi visto na Copa-02 e do que ocorrerá com outras equipes favoritas
Treino da seleção permite até pinga
DO ENVIADO A WEGGIS
Não é só pelo fato de as arquibancadas do campo que abrigará a seleção estarem montadas
a menos de cinco metros do
gramado que a estada da seleção em Weggis pode ser um
tormento. Sobram em volta do
estádio barracas vendendo todo tipo de bebida alcoólica, e o
governo local não pensa em estabelecer limite para os beberrões, como acontecerá na Copa.
"As pessoas estão orgulhosas
de receber o melhor time do
mundo. Creio que não teremos
problemas", disse Edwin Rudolf, o chefe da organização de
Weggis para a estada do Brasil.
Ele próprio promete encher
o copo com um produto 100%
brasileiro. "Nunca tomei cachaça até hoje, mas vou fazer isso a partir de amanhã [hoje]."
Nas barracas montadas ao
redor do campo de treinos, a
pinga é produto de destaque.
Uma caipirinha sai por R$ 20,
mais que o dobro do que vale
uma cerveja. O álcool está liberado, mas os suíços estão precavidos. Weggis terá dois anéis de
segurança -um feito pela polícia e outros por seguranças do
evento. Ontem, só o sexagenário Rudolf fazia esse trabalho.
"Os próximos dias serão bastante duros", disse ele, que mora em Lucerna, cidade de onde
vem boa parte dos 300 voluntários que trabalharão no evento,
que foge dos padrões da preparação para uma Copa.
Nenhuma outra seleção de
ponta terá as portas da sua preparação tão abertas como a do
Brasil. A Argentina ficará no
centro de treinamento da Adidas na Alemanha, onde só entram funcionários da empresa
e poucos convidados.
Em 2002, Luiz Felipe Scolari
fez o contrário de Parreira. Deixou o time em hotéis abertos a
outros hóspedes, mas treinou a
maior parte do tempo na Coréia do Sul com os portões fechados para os torcedores.
Em Weggis, os treinos serão
abertos, mas quem quiser assistir à seleção terá que suar.
O entorno do campo promete ser caótico. Com ruas estreitas e 4.000 habitantes, Weggis
só admitirá carros que tenham
um selo distribuído para moradores e jornalistas. O ônibus da
seleção terá que passar por viela em que só ele vai caber.
Toda a estrutura, fora gramado e vestiários, ainda não foi finalizada. Isso inclui centro de
imprensa, área vip e estacionamento, que ontem era um lamaçal agravado pelo cheiro de
esterco das plantações vizinhas. "Para nós, está tudo
pronto", disse Guilherme Ribeiro, administrador da CBF e
que sempre chega antes do grupo nos locais de jogo e treino.
A entidade optou por Weggis
em troca de US$ 2 milhões, pagos pela Attaro, uma empresa
de marketing esportivo que, em
troca, tem o direito de explorar
comercialmente os treinos (um
dos patrocinadores do evento é
um cassino) e os dois amistosos
(seleção da Basiléia e Nova Zelândia) que o Brasil vai fazer
antes da sua estréia no Mundial, no próximo dia 13, contra a
Croácia, em Berlim.
A chegada em Weggis da comissão técnica e do grupo de jogadores que saíram do Brasil
está prevista para as 14h05 locais. Os oito atletas que optaram por itinerários diferentes
vão desembarcar no hotel durante o dia.
(PAULO COBOS)
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