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JUCA KFOURI
Vasco e Flamengo, finalistas
da Copa do Brasil, caem na
rodada, Inter, de novo, sofre pane, e Cruzeiro emerge
São Januário como testemunha
DOIS TIMES cariocas decidirão
a Copa do Brasil de 2006,
como se sabe. Como se sabe,
também, que os melhores times do
país não disputaram a Copa do Brasil, por estarem na Libertadores.
Mas não faz mal.
A decisão entre Flamengo e Vasco poderia significar o começo da
redenção do futebol do Rio, o que
faria muito bem ao futebol brasileiro. Mas quis o destino que exatamente os dois finalistas caíssem no
domingo diante do Cruzeiro e do
Corinthians.
A derrota rubro-negra, no Mineirão, não pode ser considerada anormal e foi vendida caro.
Já a cruzmaltina, em São Januário, não foi só anormal.
Foi sensacional. Porque, depois
de um primeiro tempo equilibrado,
com duas claras chances de gol para
cada lado e uma expulsão em cada
time, aconteceu de tudo e mais um
pouco na segunda etapa.
Nem bem eram decorridos seis
minutos e o Vasco já tinha posto
dois gols de vantagem. Ramon,
aproveitando-se de uma fabulosa
furada de Sebá, e Valdiram, no mano a mano com o argentino, em rápido contra-ataque, ao novo estilo
vascaíno. E só não pôs três por azar
de Valdiram que chutou, na cara do
gol, no travessão a bola que acabaria
com o jogo.
Pois foi no contra-ataque deste
lance que o sobrenatural tomou
conta de São Januário.
Como se estivesse com o diabo no
corpo, ou tivesse incorporado o espírito de Mané Garrincha, o até então apagado Carlos Alberto começou a infernizar a defesa carioca.
Um capeta. Em dois minutos, ele
enfiou duas bolas preciosas pela direita para Rafael Moura empatar.
Se com 10 contra 10 sobrava espaço para um jogo eletrizante, em seguida ao empate cada time perdeu
mais um jogador. E 9 contra 9 virou
loucura. Não dava para respirar.
Silvio Luiz salvou com o pé o que
seria o terceiro gol vascaíno, com
Edílson chutando na pequena área.
Numa rara atuação firme e equilibrada da arbitragem brasileira, no
caso mineira, de Clever Assunção
Gonçalves, Nilmar, com um drible
da vaca em Eder, sofreu pênalti, e
Carlos Alberto consumou a virada.
Na segunda cobrança, diga-se, porque na primeira Cássio se adiantou
para defendê-la.
Em São Januário!
Edílson ainda empataria, mas
com a mão, muito bem anotada pelo bandeirinha.
Em São Januário!!
E, para terminar o enredo de uma
tarde fantástica, Nilmar repetiu o
lance do primeiro pênalti. Sofreu o
segundo, o goleiro Cássio acabou
por ser corretamente expulso e
Marcelo Mattos matou o jogo na
cobrança, indefensável para o lateral Diego no papel do número 1,
pois o Vasco já havia feito as três
substituições.
Repita-se: em São Januário!!!
No Mineirão, 2 a 1 para o Cruzeiro, que havia sido eliminado pelo
Fluminense na Copa do Brasil, e
que vingou o conterrâneo Ipatinga,
que por pouco não eliminou o Flamengo no Maracanã.
Em São Januário, 4 a 2, para perplexidade do Vasco, que eliminou o
Fluminense da mesma Copa do
Brasil, diante de um Corinthians,
que estava na Libertadores, e sem
Mascherano e Tevez.
Se não bastasse, o campeão carioca Botafogo perdeu para o Juventude, no Sul, como era previsível, e já
está ameaçado. Menos mal que
num lance de sorte o Fluminense
derrubou o então líder Santos, que
deixa seu lugar para o Cruzeiro.
Incrível mesmo é o Inter, que,
desde 2005, sempre que pode ser líder sofre um curto-circuito.
@ - blogdojuca@uol.com.br
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