Brasileiro, que mora em Mônaco e fez 28 pontos dos últimos 30 possíveis, busca diminuir vantagem de Raikkonen, líder do Mundial

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MÔNACO

Foram 28 pontos de 30 possíveis, em três circuitos em que havia vencido em 2007. Resultado disso, Felipe Massa assumiu pela primeira vez na carreira a vice-liderança do Mundial de F-1, algo que um brasileiro não fazia desde março de 2005, com Rubens Barrichello, seu antecessor na Ferrari.
Agora, em casa -mora em Mônaco há três anos-, o ferrarista deseja "manter o momento" já nos primeiros treinos livres de hoje. No principado, as atividades começam na quinta-feira, e a sexta é dia de folga.
"Estou muito motivado, quero manter a fase fantástica das três últimas corridas e manter o mesmo foco, ou seja, lutar pela vitória, mas sabendo que é fundamental conseguir o maior número possível de pontos porque isso vai ser muito importante no fim do campeonato", afirmou Massa, que tem sete pontos a menos que seu companheiro de equipe, Kimi Raikkonen, o líder do Mundial.
Escaldado pela "surra" que seu time levou da McLaren no ano passado, quando chegou em terceiro, mais de um minuto atrás dos carros da equipe inglesa, Massa sabe que a tarefa não será fácil. Mesmo a Ferrari tendo vencido as quatro últimas corridas, das cinco já disputadas nesta temporada.
É por isso que o time italiano vem trabalhando desde o ano passado para não repetir na prova de domingo, a sexta de 18 etapas, o desempenho de 2007.
A primeira medida foi "copiar" um expediente usado com sucesso pela McLaren no ano passado. Os ferraristas diminuíram a distância entre os eixos do F2008, o modelo desta temporada, o que melhora o desempenho em pistas travadas, como Montecarlo, e em curvas de baixa velocidade.
"É difícil dizer se melhoramos antes de ir para a pista", falou Raikkonen. "Mas fiquei muito satisfeito nos treinos em Paul Ricard [que simularam um circuito travado]."
Mas não foi só. "Desde a corrida do ano passado começamos a trabalhar em estratégias e acertos diferentes para Mônaco", explicou Massa. "Além disso tentamos aumentar a aderência mecânica do carro, já que a pressão aerodinâmica nesta pista é fundamental."
Neste ano também a corrida promete ser mais dura para os pilotos com o fim do controle de tração, o dispositivo que impedia que as rodas patinassem. Em Montecarlo, a falta do auxílio deve ser mais sentida.
Para piorar o cenário, é grande a chance de chuva no sábado, quando acontece o treino que define o grid, e no domingo, no momento da corrida -às 9h.
"Neste caso acho que vai ser uma loteria", falou Massa, que disse não se divertir nesta corrida. "Apesar de ter tido bons resultados, não gosto de correr aqui, prefiro circuitos de verdade, como Spa e Turquia."
"Quem for mais cuidadoso vai ter mais chance de vencer, mas o problema é que você começa a aprender as curvas no molhado e vai querendo ver o limite. E aqui, se você passa um pouco dele, já está na parede."