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Cubanos tornam-se profissionais "no atacado"
Rigondeaux, que tentou fugir no Pan-07, é um deles
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
De uma só vez, três pugilistas
olímpicos cubanos farão suas
estreias profissionais, hoje, em
Miami, na Flórida. O mais famoso deles é o bicampeão olímpico Guillermo Rigondeaux,
28, que ganhou notoriedade
após sua tentativa, abortada, de
deserção no Pan-07, no Rio.
Os outros são Yordanis Despaigne, meio-pesado que caiu
nas quartas de final em Atenas-
-04, e Yudel Johnson, que ganhou prata naquela Olimpíada.
O trio não assinou com a Arena Box, empresa alemã que organizou a fuga de três campeões olímpicos na Venezuela e
a tentativa frustrada de Rigondeaux e Erislandy Lara no Rio.
Quem pilotará suas carreiras
no profissionalismo será Luís
de Cubas, que dirigiu também a
carreira de um outro cubano,
Joel ""El Cepillo" Casamayor.
O também cubano Ismael Salas, técnico de Lara, sob contrato com a Arena Box e que também tomará parte na programação, defende a firma alemã
por não ter firmado com o trio.
""A Arena já está satisfeita
com [os cubanos] Yuriorkis
Gamboa, Odlanier Solis e Lara", explicou Salas à Folha.
Ahmet Öner, da Arena Box,
já havia afirmado que estava
satisfeito com Lara e que não
via tanta vantagem mais em assinar com Rigondeaux, a quem
classificou estar ""muito velho"
para o peso supergalo.
Já no ""casamento" dos combates dos novos pupilos hoje,
De Cubas demonstrou depositar bastante confiança neles.
Rigondeaux terá pela frente
o texano Juan Noriega, um pugilista jovem, de 21 anos, que
acumula no total cinco lutas
(três vitórias e duas derrotas).
Despaigne enfrenta Robert
Campbell, cujo cartel registra
três vitórias, todas por nocaute,
uma derrota e um empate.
O teste mais difícil, ao menos
no papel, ficou para Johnson,
na categoria dos médios-ligeiros. Seu adversário, Greg Weathers, está invicto, com três vitórias, todas elas via nocaute.
A animosidade dos cubanos
em relação ao regime ditatorial
em seu país segue evidente.
""Não foi difícil a adaptação
aos EUA. Eu agora vivo em
Hialeah, Flórida. É como Cuba,
só que com dinheiro e comida",
comparou Lara, invicto em cinco lutas e que hoje pega o porto-riquenho Edwin Vezquez.
Após as deserções dos cubanos, que resultaram no boicote
de Cuba ao Mundial de Chicago-07 e na perda da hegemonia
em Olimpíadas em Pequim-08,
a Associação Internacional de
Boxe Amador anunciou projeto de uma Série Mundial.
Sob suas regras, pugilistas
amadores e as suas respectivas
confederações receberiam bolsas em dinheiro e os boxeadores não perderiam a condição
de amadores, mesmo ao lutar
nas regras do profissionalismo.
Da recente leva de cubanos
que desertaram, um, Gamboa,
já conquistou título mundial: o
interino dos penas da AMB.
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