São Paulo, sexta-feira, 22 de maio de 2009

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Cubanos tornam-se profissionais "no atacado"

Rigondeaux, que tentou fugir no Pan-07, é um deles

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

De uma só vez, três pugilistas olímpicos cubanos farão suas estreias profissionais, hoje, em Miami, na Flórida. O mais famoso deles é o bicampeão olímpico Guillermo Rigondeaux, 28, que ganhou notoriedade após sua tentativa, abortada, de deserção no Pan-07, no Rio.
Os outros são Yordanis Despaigne, meio-pesado que caiu nas quartas de final em Atenas- -04, e Yudel Johnson, que ganhou prata naquela Olimpíada.
O trio não assinou com a Arena Box, empresa alemã que organizou a fuga de três campeões olímpicos na Venezuela e a tentativa frustrada de Rigondeaux e Erislandy Lara no Rio.
Quem pilotará suas carreiras no profissionalismo será Luís de Cubas, que dirigiu também a carreira de um outro cubano, Joel ""El Cepillo" Casamayor.
O também cubano Ismael Salas, técnico de Lara, sob contrato com a Arena Box e que também tomará parte na programação, defende a firma alemã por não ter firmado com o trio.
""A Arena já está satisfeita com [os cubanos] Yuriorkis Gamboa, Odlanier Solis e Lara", explicou Salas à Folha.
Ahmet Öner, da Arena Box, já havia afirmado que estava satisfeito com Lara e que não via tanta vantagem mais em assinar com Rigondeaux, a quem classificou estar ""muito velho" para o peso supergalo.
Já no ""casamento" dos combates dos novos pupilos hoje, De Cubas demonstrou depositar bastante confiança neles.
Rigondeaux terá pela frente o texano Juan Noriega, um pugilista jovem, de 21 anos, que acumula no total cinco lutas (três vitórias e duas derrotas).
Despaigne enfrenta Robert Campbell, cujo cartel registra três vitórias, todas por nocaute, uma derrota e um empate.
O teste mais difícil, ao menos no papel, ficou para Johnson, na categoria dos médios-ligeiros. Seu adversário, Greg Weathers, está invicto, com três vitórias, todas elas via nocaute.
A animosidade dos cubanos em relação ao regime ditatorial em seu país segue evidente.
""Não foi difícil a adaptação aos EUA. Eu agora vivo em Hialeah, Flórida. É como Cuba, só que com dinheiro e comida", comparou Lara, invicto em cinco lutas e que hoje pega o porto-riquenho Edwin Vezquez.
Após as deserções dos cubanos, que resultaram no boicote de Cuba ao Mundial de Chicago-07 e na perda da hegemonia em Olimpíadas em Pequim-08, a Associação Internacional de Boxe Amador anunciou projeto de uma Série Mundial.
Sob suas regras, pugilistas amadores e as suas respectivas confederações receberiam bolsas em dinheiro e os boxeadores não perderiam a condição de amadores, mesmo ao lutar nas regras do profissionalismo.
Da recente leva de cubanos que desertaram, um, Gamboa, já conquistou título mundial: o interino dos penas da AMB.


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