São Paulo, domingo, 22 de maio de 2011

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TOSTÃO

Um novo gigante


O mundo precisa conhecer melhor o enorme talento de Neymar, que já merece estar entre os grandes


VOLTO DE FÉRIAS. Em Amsterdã, fiquei com inveja ao ver um holandês, com seu computador, ligado ao mundo, sentado do lado de fora de seu barco, onde mora e vende flores. Imaginei-me na mesma situação, ao lado de minha companheira, vendo todos os jogos, do Brasil e do mundo, pela TV e internet, e escrevendo minhas colunas.
Prometo que não vou fazer previsões sobre o Brasileirão. As chances de acertar são as mesmas de um vidente ou de quem não gosta e/ou não entende de futebol.
As desclassificações dos brasileiros na Libertadores não foram zebras. Diferentemente do que diziam os promoters do jornalismo, as equipes brasileiras estão no mesmo nível ou são apenas um pouco melhores do que as outras sul-americanas. Ainda mais em jogos mata-mata.
O Santos chegou à semifinal por ter um técnico competente, bons jogadores e, principalmente, pelo talento de Neymar, um craque.
Para evoluir, Neymar precisa ter mais autocrítica, conhecer e praticar as coisas que necessita aprimorar, sem perder a enorme autoconfiança que demonstra nas partidas.
"A humildade não é o desconhecimento do que somos, e sim o conhecimento e o reconhecimento do que não somos."
Neymar precisa encontrar o momento exato de driblar em velocidade em direção ao gol, no que é excepcional, e o de tocar a bola, para evitar perdê-la e dar o contra-ataque ao time adversário.
Por falar em gigantes do futebol, como Neymar, será lançado, na próxima terça-feira, no Rio, pela editora Record, a tão esperada e atualizada segunda edição do livro "Gigantes do Futebol Brasileiro", escrito por João Máximo e Marcos de Castro, dois gigantes do jornalismo brasileiro. A primeira edição foi em 1965.
Estou orgulhoso em ser um dos 21 personagens. Sem nenhuma falsa modéstia, não me sentiria injustiçado se estivessem em meu lugar craques que ficaram de fora, como Carlos Alberto Torres, Jairzinho, Sócrates, Reinaldo, Ademir da Guia, Dirceu Lopes, Rivaldo, Ronaldinho e Kaká (os três últimos, pelo que jogaram). Neymar, mesmo no início de carreira, já merece esse prestígio.
O futebol brasileiro teve um grande número de craques. Descobri que era um deles em 1969, nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1970. Quando vi, em minha reserva, Toninho Guerreiro, excepcional atacante do Santos, já entrosado com Pelé, pensei, todo orgulhoso: "Devo ser um craque". Isso me estimulou a jogar mais. Foi meu melhor momento na seleção brasileira.


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