São Paulo, sexta-feira, 22 de junho de 2007

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Em reforma, seleção encara até trator

Time brasileiro, que está sendo montado por Dunga, usará hotel e estádio em obras na Copa América da Venezuela

Academia de ginástica e piscina não funcionam no resort, que é barulhento; campo é cercado por montes de areia, caminhões e favela


RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A PUERTO LA CRUZ

Para uma seleção brasileira que passa por reforma, instalações que passam por reformas.
A equipe do técnico Dunga, que ainda se ajusta para a Copa América, chegou à Venezuela ontem e encontrou sua base, o Gran Hotel Puerto La Cruz, em processo de reconstrução. O mesmo ocorre com o estádio que abrigará jogos do torneio.
Na piscina, nada de água. Mas há um trator, com barulho infernal, trabalhando em sua borda. Não há gente se banhando, mas inúmeros operários cuidam das obras no jardim.
Nada pode ser feito na academia de ginástica. Ou na sauna. Ou na quadra de tênis.
Pior: a saída para o mar, maior atração do hotel, foi vetada. Motivo: a água está poluída.
Ou seja, o que seria um belo hotel caribenho virou transtorno. A reforma, iniciada após mudança no controle do hotel, deve demorar dois meses. No momento, só o cassino opera.
O Brasil ficará toda a primeira fase em Puerto La Cruz, fazendo apenas deslocamentos para Puerto Ordaz e Maturín para duas partidas. O time dividirá espaço com operários e enfrentará todos os desconfortos e os ruídos de uma reforma por pelo menos duas semanas.
""O hotel foi visitado há 30 dias, e tudo estava funcionando. Agora está assim porque mudou o dono. Mas é a melhor acomodação que teríamos aqui", afirmou ontem Américo Faria, supervisor da CBF.
A delegação tentou descansar no local ontem de manhã, após a cansativa viagem à Venezuela. À tarde, partiu para seu primeiro treino no país.
O novo local de treinos da equipe, que tem favela em suas cercanias, também passa por ajustes. "Os vestiários são bons, e o gramado não é ruim", falou o assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva, citando os poucos pontos positivos do local.
Nos bastidores, funcionários da entidade mostram-se decepcionados com a estrutura que o time irá desfrutar. A primeira impressão deixada é a de um campo de várzea, mal situado.
A equipe usou um campo anexo ao estádio Luis Ramos, que foi reconstruído para a Copa América. Ainda há obras no local. Ao lado do campo, caminhões trabalham em montes de terra. Atrás de um dos gols está uma grande favela. E, atrás do outro, operários tentam finalizar o estádio de Puerto La Cruz.
A imprensa ficou sem espaço para trabalhar e sem a estrutura necessária no campo.
A chegada ao país-sede do torneio sofreu atraso de quase quatro horas devido ao caos aéreo que atingiu aeroportos do Brasil anteontem. ""Esperávamos que a seleção chegasse ao aeroporto de Barcelona às 2h, mas desembarcou depois das 5h30 [horário venezuelano]", falou Carlos Rivas, vice-presidente do comitê organizador.
Até pelo horário, poucas pessoas foram esperar a delegação brasileira no aeroporto. O governador do Estado de Anzoátegui, Tarek Saab, tratou de receber o grupo em meio a inúmeras placas sobre turismo.
Como consolo, a cidade é o mais comum ponto de partida para a Isla de Margarita, tradicional ponto turístico do país.


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