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Em reforma, seleção encara até trator
Time brasileiro, que está sendo montado por Dunga, usará hotel e estádio em obras na Copa América da Venezuela
Academia de ginástica e piscina não funcionam no resort, que é barulhento; campo é cercado por montes de areia, caminhões e favela
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A PUERTO LA CRUZ
Para uma seleção brasileira
que passa por reforma, instalações que passam por reformas.
A equipe do técnico Dunga,
que ainda se ajusta para a Copa
América, chegou à Venezuela
ontem e encontrou sua base, o
Gran Hotel Puerto La Cruz, em
processo de reconstrução. O
mesmo ocorre com o estádio
que abrigará jogos do torneio.
Na piscina, nada de água.
Mas há um trator, com barulho
infernal, trabalhando em sua
borda. Não há gente se banhando, mas inúmeros operários
cuidam das obras no jardim.
Nada pode ser feito na academia de ginástica. Ou na sauna.
Ou na quadra de tênis.
Pior: a saída para o mar,
maior atração do hotel, foi vetada. Motivo: a água está poluída.
Ou seja, o que seria um belo
hotel caribenho virou transtorno. A reforma, iniciada após
mudança no controle do hotel,
deve demorar dois meses. No
momento, só o cassino opera.
O Brasil ficará toda a primeira fase em Puerto La Cruz, fazendo apenas deslocamentos
para Puerto Ordaz e Maturín
para duas partidas. O time dividirá espaço com operários e enfrentará todos os desconfortos
e os ruídos de uma reforma por
pelo menos duas semanas.
""O hotel foi visitado há 30
dias, e tudo estava funcionando. Agora está assim porque
mudou o dono. Mas é a melhor
acomodação que teríamos
aqui", afirmou ontem Américo
Faria, supervisor da CBF.
A delegação tentou descansar no local ontem de manhã,
após a cansativa viagem à Venezuela. À tarde, partiu para
seu primeiro treino no país.
O novo local de treinos da
equipe, que tem favela em suas
cercanias, também passa por
ajustes. "Os vestiários são bons,
e o gramado não é ruim", falou
o assessor de imprensa da CBF,
Rodrigo Paiva, citando os poucos pontos positivos do local.
Nos bastidores, funcionários
da entidade mostram-se decepcionados com a estrutura que o
time irá desfrutar. A primeira
impressão deixada é a de um
campo de várzea, mal situado.
A equipe usou um campo
anexo ao estádio Luis Ramos,
que foi reconstruído para a Copa América. Ainda há obras no
local. Ao lado do campo, caminhões trabalham em montes de
terra. Atrás de um dos gols está
uma grande favela. E, atrás do
outro, operários tentam finalizar o estádio de Puerto La Cruz.
A imprensa ficou sem espaço
para trabalhar e sem a estrutura necessária no campo.
A chegada ao país-sede do
torneio sofreu atraso de quase
quatro horas devido ao caos aéreo que atingiu aeroportos do
Brasil anteontem. ""Esperávamos que a seleção chegasse ao
aeroporto de Barcelona às 2h,
mas desembarcou depois das
5h30 [horário venezuelano]",
falou Carlos Rivas, vice-presidente do comitê organizador.
Até pelo horário, poucas pessoas foram esperar a delegação
brasileira no aeroporto. O governador do Estado de Anzoátegui, Tarek Saab, tratou de receber o grupo em meio a inúmeras placas sobre turismo.
Como consolo, a cidade é o
mais comum ponto de partida
para a Isla de Margarita, tradicional ponto turístico do país.
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