São Paulo, terça-feira, 22 de junho de 2010

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Comissão de frente

Quarteto ofensivo brasileiro é o que mais faz faltas no Mundial, ao contrário de zagueiros

EDUARDO ARRUDA
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL

ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO

Na seleção brasileira de Dunga, é o ataque que faz o trabalho sujo de parar os adversários com faltas.
Entre as principais equipes desta Copa da África do Sul, o Brasil tem, após as duas primeiras rodadas, o quarteto mais ofensivo, ao lado do holandês, com o número mais alto de faltas cometidas (14 para cada um).
Mas o conjunto formado por Elano, Kaká, Robinho e Luis Fabiano tem um peso maior no número total de infrações do Brasil do que o quarteto do time laranja.
Os titulares da criação e do ataque nacional respondem por 54% de todas as faltas da equipe na Copa -quem mais contribuiu para isso foi Luis Fabiano, que em dois jogos cometeu sete faltas, o recorde da sua equipe.
Parando a saída de bola ainda no campo adversário, o Brasil consegue posicionar melhor sua defesa. Tanto que seus defensores raramente ficam desprotegidos, o que evita o mano a mano entre a zaga de Dunga e os atacantes rivais. Essa situação diminui a necessidade de a retaguarda cometer faltas.
Tanto que, com exceção do lateral esquerdo Michel Bastos (o segundo mais faltoso da seleção), os defensores nacionais têm um número de infrações cometidas muito baixo no Mundial.
Maicon e Juan não apelaram uma vez sequer. Lúcio cometeu apenas duas faltas. Até o volante Felipe Melo, aposta de muitos como o maior candidato da seleção a receber um cartão vermelho no Mundial, esbanja fair play até agora -em quase 180 minutos de ação contra Coreia do Norte e Costa do Marfim fez apenas uma falta.
Diante dos africanos, o quarteto ofensivo teve participação ainda maior no número de faltas. Foram 11 ao todo do grupo (quatro de Robinho, três de Luis Fabiano, duas de Elano e outras duas de Kaká), ou 65% das infrações brasileiras.

"FALTAS TÁTICAS"
Ao reclamar da arbitragem diante dos marfinenses, Dunga lamentou que seus jogadores mais criativos foram caçados, mas não lembrou que seus comandados de ataque matam jogadas.
"Pela primeira vez eu vejo que é punido o jogador que tenta jogar. Eu iria me dar bem nesse jogo, iria fazer falta a toda hora e o juiz me daria parabéns", disse o treinador, lembrando seus tempos de vigoroso volante.
Já o zagueiro Juan viu semelhanças entre as equipes de Costa do Marfim e Brasil.
"Já esperávamos que eles fossem jogar assim. Africanos são fortes, mas nós também jogamos forte", disse o atleta da Roma.


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