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Comissão de frente
Quarteto ofensivo brasileiro é o que mais faz faltas no Mundial, ao contrário de zagueiros
EDUARDO ARRUDA
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO
Na seleção brasileira de
Dunga, é o ataque que faz o
trabalho sujo de parar os adversários com faltas.
Entre as principais equipes desta Copa da África do
Sul, o Brasil tem, após as
duas primeiras rodadas, o
quarteto mais ofensivo, ao lado do holandês, com o número mais alto de faltas cometidas (14 para cada um).
Mas o conjunto formado
por Elano, Kaká, Robinho e
Luis Fabiano tem um peso
maior no número total de infrações do Brasil do que o
quarteto do time laranja.
Os titulares da criação e do
ataque nacional respondem
por 54% de todas as faltas da
equipe na Copa -quem mais
contribuiu para isso foi Luis
Fabiano, que em dois jogos
cometeu sete faltas, o recorde da sua equipe.
Parando a saída de bola
ainda no campo adversário,
o Brasil consegue posicionar
melhor sua defesa. Tanto que
seus defensores raramente ficam desprotegidos, o que
evita o mano a mano entre a
zaga de Dunga e os atacantes
rivais. Essa situação diminui
a necessidade de a retaguarda cometer faltas.
Tanto que, com exceção
do lateral esquerdo Michel
Bastos (o segundo mais faltoso da seleção), os defensores
nacionais têm um número de
infrações cometidas muito
baixo no Mundial.
Maicon e Juan não apelaram uma vez sequer. Lúcio
cometeu apenas duas faltas.
Até o volante Felipe Melo,
aposta de muitos como o
maior candidato da seleção a
receber um cartão vermelho
no Mundial, esbanja fair play
até agora -em quase 180 minutos de ação contra Coreia
do Norte e Costa do Marfim
fez apenas uma falta.
Diante dos africanos, o
quarteto ofensivo teve participação ainda maior no número de faltas. Foram 11 ao
todo do grupo (quatro de Robinho, três de Luis Fabiano,
duas de Elano e outras duas
de Kaká), ou 65% das infrações brasileiras.
"FALTAS TÁTICAS"
Ao reclamar da arbitragem
diante dos marfinenses,
Dunga lamentou que seus jogadores mais criativos foram
caçados, mas não lembrou
que seus comandados de ataque matam jogadas.
"Pela primeira vez eu vejo
que é punido o jogador que
tenta jogar. Eu iria me dar
bem nesse jogo, iria fazer falta a toda hora e o juiz me daria parabéns", disse o treinador, lembrando seus tempos
de vigoroso volante.
Já o zagueiro Juan viu semelhanças entre as equipes
de Costa do Marfim e Brasil.
"Já esperávamos que eles
fossem jogar assim. Africanos são fortes, mas nós também jogamos forte", disse o
atleta da Roma.
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