DA REPORTAGEM LOCAL

A Jaguar, enfim, acabou ontem com a novela que envolvia Antonio Pizzonia havia três meses. A escuderia inglesa anunciou que o brasileiro não disputará as próximas etapas do Mundial de F-1.
O amazonense será substituído pelo inglês Justin Wilson, 24, que estava na Minardi. Para seu lugar no time italiano foi chamado o dinamarquês Nicolas Kiesa, 25, que corre na F-3000 Internacional.
As trocas já têm efeito no GP da Alemanha, em duas semanas.
No comunicado distribuído na manhã de ontem, a Jaguar afirma que Pizzonia "não foi capaz de mostrar seu potencial em 11 GPs".
Como "prêmio de consolação", a equipe ofereceu a Pizzonia a oportunidade de seguir como piloto de testes e reserva em 2003.
Nos último dois anos, o brasileiro trabalhou como piloto de testes da Williams. Foi emprestado para a Jaguar por cinco temporadas.
Pizzonia ficou sabendo da notícia ontem de manhã, mas havia algumas semanas já contava com a possibilidade de sair. Segundo seu empresário, ele estuda até entrar na Justiça por quebra de contrato -ele previa 16 GPs no ano.
O processo de "fritura" do brasileiro começou logo após o GP de San Marino, em abril, quando ele largou em 18º e abandonou.
Na semana seguinte, Nav Sidhu, assessor da Jaguar, disse que Pizzonia sairia caso não conseguisse um bom resultado na Espanha.
A equipe, então, saiu atrás de um substituto para o amazonense. Primeiro, foi atrás do austríaco Alexander Wurz, mas a McLaren não liberou seu piloto de testes.
Depois, procurou Luciano Burti, que correra na Jaguar em 2001, porém não chegou a um acordo.
Acabou fechando com Wilson, que tem um desempenho ainda mais sofrível que o de Pizzonia.
Em 11 corridas, sua melhor posição de largada foi a 18ª. O brasileiro largou em oitavo na Áustria.
Em GPs, completou apenas cinco, contra seis de Pizzonia. A melhor colocação de Wilson foi o 11º lugar na Espanha. O brasileiro terminou em nono na Áustria.
Nenhum pontuou no Mundial -além deles, só Jos Verstappen, da Minardi, não marcou pontos.
Na Jaguar, Wilson terá um companheiro de equipe que conhece bem: o australiano Mark Webber, seu rival nos tempos de F-3000, que tem 12 pontos na temporada.
Wilson, o piloto mais alto da F-1 -tem 1,92 m-, ficou conhecido por lançar-se na Bolsa de Valores de Londres. Sem patrocinadores pessoais, arrecadou US$ 2 milhões, que garantiram sua vaga.
Até o fechamento desta edição, o site oficial do brasileiro ignorava a informação e ainda exibia um texto de Pizzonia, 22, em que ele diz: "Nos vemos na Alemanha".


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