São Paulo, domingo, 22 de julho de 2007

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ATLETISMO

Atletas dão a largada para bater a natação

Modalidade tenta retomar a liderança histórica de medalhas para o Brasil

Esporte, que inaugura suas disputas com provas de rua -marcha e maratona-, já obteve ao longo dos tempos 114 pódios para o país

ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Esporte que mais gerou pódios ao Brasil até o início do Pan, com 114 medalhas, o atletismo começa hoje com as provas de rua. A marca foi ultrapassada pela natação, que encerra suas competições no Parque Aquático Maria Lenk.
"Não temos como meta disputar com esporte nenhum [no total de pódios]. A natação está de parabéns pelo que fez. Mas acredito que essa equipe possa ganhar muitas medalhas também", afirma Vicente Lenílson, principal velocista do país.
O atletismo será aberto às 8h30, com a maratona feminina. Márcia Narloch, 38, campeã em Santo Domingo-03, busca novo triunfo em seu último Pan. Com contratos de patrocínio até 2008, ela deve se aposentar após a Olimpíada.
"Minha ansiedade antes da prova será a maior dificuldade", diz Narloch, que enfrentará só 13 rivais, entre as quais outra brasileira, Sirlene Pinho.
À tarde ocorrem as disputas de marcha de 20 km feminina (13h) e masculina (15h30).
Essa última terá a presença de um dos maiores nomes da história da prova. Jefferson Pérez, tricampeão mundial e ouro nos Jogos de Atlanta-96, decidiu de última hora viajar ao Rio.
Único medalhista olímpico de seu país, Pérez disputa, no mês que vem, o Mundial de Osaka. "Será um adversário bastante difícil", diz Mário José dos Santos Júnior, prata nos 50 km em Santo Domingo-03.
Amanhã, estão programadas as primeiras competições na pista do estádio João Havelange. Ontem, a delegação treinou pela primeira vez no local.
"Nossa pista é igualzinha essa", comparou o técnico Neilton Moura, lembrando o superado piso de carvão que seus atletas usam em Guarulhos.
O grupo realizou trabalhos leves pela tarde na pista de aquecimento do estádio. O piso do estádio estava tomado por funcionários que preparavam o local para as provas de amanhã.
Os atletas do revezamento treinaram trocas de bastão e deram piques leves. Já as competidoras de saltos apenas ensaiavam os movimentos, sem realizar o exercício completo.
Os brasileiros dividiam a área com Cuba, Argentina, Trinidad e Tobago, Bolívia, República Dominicana, Colômbia e Chile, entre outros. Os norte-americanos não apareceram.
"Nesse momento é preciso só se concentrar para a prova. A preparação já foi feita", explica Clodoaldo Lopes do Carmo, um dos técnicos do time.
À beira da pista, alguns atletas faziam massagem e aplicavam gelo. Outros conversavam animadamente. E teve até quem vivia seus momentos de tiete. "Marilson, dá um autógrafo?", pediu Luís Eduardo Ambrósio, do time de 4 x 400 m, portando uma revista de apresentação do grupo.
"O Marilson está nessa página inteira. Eu sou esse aqui, pequenininho", mostrava seu perfil na publicação.
"Vou pedir para todos assinarem para guardar", contou.
Outro grupo via fotos do técnico Katsuhico Nakaya no tempo em que ele competiu no Pan de 1983. "Nossa, parece o Bruce Lee", afirmou um dos pupilos.


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