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ATLETISMO
Atletas dão a largada para bater a natação
Modalidade tenta retomar a liderança histórica de medalhas para o Brasil
Esporte, que inaugura suas disputas com provas de rua -marcha e maratona-, já obteve ao longo dos tempos 114 pódios para o país
ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Esporte que mais gerou pódios ao Brasil até o início do
Pan, com 114 medalhas, o atletismo começa hoje com as provas de rua. A marca foi ultrapassada pela natação, que encerra suas competições no Parque Aquático Maria Lenk.
"Não temos como meta disputar com esporte nenhum [no
total de pódios]. A natação está
de parabéns pelo que fez. Mas
acredito que essa equipe possa
ganhar muitas medalhas também", afirma Vicente Lenílson,
principal velocista do país.
O atletismo será aberto às
8h30, com a maratona feminina. Márcia Narloch, 38, campeã
em Santo Domingo-03, busca
novo triunfo em seu último
Pan. Com contratos de patrocínio até 2008, ela deve se aposentar após a Olimpíada.
"Minha ansiedade antes da
prova será a maior dificuldade", diz Narloch, que enfrentará só 13 rivais, entre as quais
outra brasileira, Sirlene Pinho.
À tarde ocorrem as disputas
de marcha de 20 km feminina
(13h) e masculina (15h30).
Essa última terá a presença
de um dos maiores nomes da
história da prova. Jefferson Pérez, tricampeão mundial e ouro
nos Jogos de Atlanta-96, decidiu de última hora viajar ao Rio.
Único medalhista olímpico
de seu país, Pérez disputa, no
mês que vem, o Mundial de
Osaka. "Será um adversário
bastante difícil", diz Mário José
dos Santos Júnior, prata nos 50
km em Santo Domingo-03.
Amanhã, estão programadas
as primeiras competições na
pista do estádio João Havelange. Ontem, a delegação treinou
pela primeira vez no local.
"Nossa pista é igualzinha essa", comparou o técnico Neilton Moura, lembrando o superado piso de carvão que seus
atletas usam em Guarulhos.
O grupo realizou trabalhos
leves pela tarde na pista de
aquecimento do estádio. O piso
do estádio estava tomado por
funcionários que preparavam o
local para as provas de amanhã.
Os atletas do revezamento
treinaram trocas de bastão e
deram piques leves. Já as competidoras de saltos apenas ensaiavam os movimentos, sem
realizar o exercício completo.
Os brasileiros dividiam a área
com Cuba, Argentina, Trinidad
e Tobago, Bolívia, República
Dominicana, Colômbia e Chile,
entre outros. Os norte-americanos não apareceram.
"Nesse momento é preciso só
se concentrar para a prova. A
preparação já foi feita", explica
Clodoaldo Lopes do Carmo, um
dos técnicos do time.
À beira da pista, alguns atletas faziam massagem e aplicavam gelo. Outros conversavam
animadamente. E teve até
quem vivia seus momentos de
tiete. "Marilson, dá um autógrafo?", pediu Luís Eduardo
Ambrósio, do time de 4 x 400
m, portando uma revista de
apresentação do grupo.
"O Marilson está nessa página inteira. Eu sou esse aqui, pequenininho", mostrava seu
perfil na publicação.
"Vou pedir para todos assinarem para guardar", contou.
Outro grupo via fotos do técnico Katsuhico Nakaya no tempo em que ele competiu no Pan
de 1983. "Nossa, parece o Bruce
Lee", afirmou um dos pupilos.
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