São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 2008

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Judô cobra resultado histórico

Com equipe mais laureada, confederação quer melhor desempenho de todos os tempos em Pequim

Segundo dirigente, "não é inesperado" ultrapassar a meta estipulada para os Jogos, de 3 medalhas, com pelo menos uma de ouro


LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL

Para a seleção brasileira de judô que vai a Pequim, a máxima olímpica "o importante é competir" é coisa do passado.
Os 13 atletas que irão atuar nos tatames na primeira semana dos Jogos são responsáveis pelo currículo mais robusto da história de uma equipe olímpica do país. Eles têm oito medalhas em Mundiais (quatro de ouro) e duas em Olimpíadas.
Como competidores e dirigentes são unânimes em afirmar que a preparação para o ciclo olímpico que termina na China foi a melhor da história do judô brasileiro, o prognóstico é de um resultado inédito dos lutadores brasileiros.
"Tem que ter o melhor resultado. Realmente não tem como fugir dessa expectativa de melhor resultado de todos os tempos, porque isso é fundamentado em resultados palpáveis. Se não falasse isso, seríamos falsos humildes", diz Paulo Wanderley, presidente da CBJ (Confederação Brasileira de Judô).
Ele rechaça a estratégia do Comitê Olímpico Brasileiro, de não estipular um número de medalhas como meta.
Diz que o plano é pelo menos igualar o recorde de três medalhas (de Los Angeles-1984). E melhorar sua qualificação, com pelo menos um ouro.
"Não tem como dizer que não é uma meta a ser alcançada. Trabalhamos para isso, investimos para isso, gastamos dinheiro nisso. Então tem que ter a contrapartida. Sou exigido e exijo também. Não apóiam o judô porque é um esporte bonito, educacional. O empresário quer saber que vai investir porque o esporte dá resultado, e eu preciso de resultado."
Para o coordenador técnico Ney Wilson, não é inesperado ir além do plano. Ele revela uma meta dentro da meta: "Se somado a isso tiver medalha feminina, a gente quebra todas as metas: chegar a uma medalha no feminino, ter três ou mais medalhas no total e conseguir dentro delas uma de ouro".
Tiago Camilo, campeão dos 81 kg e eleito o melhor judoca do planeta no Mundial do ano passado, diz que a expectativa não atrapalha. "Pressão é natural. Principalmente depois do ano de 2007, a cobrança é natural. As pessoas esperam mais depois de grandes resultados. E essa equipe é a mais talentosa da história", declarou ele.
Em seu terceiro ciclo olímpico -foi prata em Sydney-2000 e reserva em Atenas-2004-, Camilo avalia que a preparação para Pequim foi bem superior. "Fiz o melhor que poderia ter sido feito. Agora é esperar chegar a hora", concluiu o judoca, que embarca amanhã para aclimatação no Japão.


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