São Paulo, quinta-feira, 22 de julho de 2010

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Mesmo após pito, SP está sem estádio

Indefinição sobre a cidade na Copa se mantém apesar de crítica de Lula

EDUARDO OHATA
MARIANA BASTOS
DE SÃO PAULO

Em uma reunião inócua de mais de duas horas no Palácio dos Bandeirantes, o presidente do Comitê Organizador Local, Ricardo Teixeira, o governador Alberto Goldman e o prefeito Gilberto Kassab nada definiram sobre a arena paulista para a Copa-2014.
Mas a CBF, durante o evento, vinculou o congresso técnico e o centro de imprensa à abertura ou à final do Mundial. Prefeitura e Estado têm interesse no evento e na estrutura, pois atraem à cidade um número grande de turistas com dinheiro para gastar.
A falta de resultados do encontro contraria a posição do presidente Lula, que, durante evento em Brasília no início da semana, alertou que "o tempo urge". Ele acrescentara estar disposto a "entrar nessa conversa [sobre o status de São Paulo]".
Mas, na manhã de ontem, o tema arenas da Copa não foi discutido em profundidade segundo os participantes da reunião. Ao contrário.
"Não se falou em estádio. Não se falou objetivamente, mas genericamente", disse Teixeira, ao ser questionado sobre o teor da reunião. "Falou-se de São Paulo ter grande participação em 2014. Faremos o máximo para trazer a abertura a São Paulo. É o desejo do COL e o da Fifa."
O cartola comentou que os esforços nas próximas semanas serão direcionados a definir a situação de São Paulo.
Com a exclusão do estádio do Morumbi do itinerário da Copa-2014, surgiram como opções a nova arena do Palmeiras e o Pacaembu. Mesmo com o veto da Fifa, Goldman defendeu o Morumbi.
Mas, diante da indefinição, o político deixou todas as possibilidades abertas. Afirmou que seriam analisadas todas as alternativas existentes e até mesmo aquelas que possam vir a existir.
Na segunda-feira, Teixeira citou, em Brasília, o projeto do estádio em Pirituba, que ontem foi descartado pelo governador em exercício.
Goldman e Kassab, ontem, reiteraram que não haverá dinheiro público de estado ou município disponibilizado para a construção de novos estádios para o Mundial.
O mesmo mantra foi repetido no governo federal. E a "participação na discussão" paulista a qual Lula se referiu será "só política, não financeira", segundo esclareceu sua assessoria de imprensa.
Teixeira deixou o Palácio dos Bandeirantes às pressas, enquanto Goldman e o prefeito paulistano ainda ocupavam o púlpito e respondiam a perguntas dos jornalistas.
Segundo assessoria de Teixeira, o congresso técnico e o centro de imprensa "normalmente" ficam no local da final ou da abertura da Copa.
Argumentou que não faria nenhum sentido estar em outro local, já que forçaria deslocamento desnecessário de jornalistas e cartolas que tradicionalmente se reúnem no lugar da abertura ou da final.


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