São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 2011

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exceção

Corte arbitral não mantém rigor de decisões do passado e ratifica punição branda a Cielo, que, só advertido, poderá competir amanhã no Mundial

Patrick B. Kraemer/Efe
Cesar Cielo, ontem, em arquibancada de local de treinamento na China

DANIEL BRITO
MARIANA BASTOS

DE SÃO PAULO Pego no antidoping em maio no Troféu Maria Lenk, Cesar Cielo, 24, está liberado para disputar o Mundial de Xangai, a partir de amanhã.
A CAS (Corte de Arbitragem do Esporte) decidiu ontem manter a advertência dada pela CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) para Cielo, Nicholas Santos e Henrique Barbosa, cujos testes deram positivo para o diurético furosemida, considerado doping.
A Fina (Federação Internacional de Natação) havia solicitado à corte arbitral uma punição mais severa: três meses de suspensão para cada um dos três atletas e um ano para Vinícius Waked, pego no mesmo exame.
Somente Waked foi suspenso, por se tratar de seu segundo caso de doping.
A punição da CAS, que é a instância máxima na esfera do esporte, é considerada leve quando comparada a casos anteriores similares.
A nadadora Daynara de Paula, por exemplo, foi flagrada no antidoping com a mesma substância em 2010.
Na época, seu advogado, Cristiano Caús, usou argumentos semelhantes aos alegados pela defesa de Cielo.
Em ambos os casos, a versão apresentada foi a de que o suplemento tomado pelos atletas continha o diurético devido a uma contaminação ocorrida nas respectivas farmácias de manipulação.
Mas a CAS foi mais severa com Daynara do que com Cielo, e ela recebeu seis meses de suspensão. "A CAS reconheceu que não houve culpa da nadadora, mas mesmo assim aplicou a punição. A justificativa foi a de que a atleta não pode se expor ao risco [de doping] ao tomar um suplemento", disse Caús.
O atacante Dodô, atualmente no Americana, teve que enfrentar uma suspensão ainda mais severa -dois anos longe dos gramados.
A substância encontrada no seu exame antidoping em 2007 era diferente (femproporex), mas o argumento usado pela defesa era similar: contaminação cruzada.
A Fina mostrou-se contrariada com a punição branda aplicada a Cielo, Nicholas Santos e Henrique Barbosa.
O secretário-executivo da federação, Cornel Marculescu, lembrou que as decisões foram diferentes em outros casos julgados pela CAS. "Não estou satisfeito, mas fizemos nosso trabalho", disse à agência Associated Press.
Cielo, que já está em Xangai, comemorou a decisão.
"A verdade prevaleceu, e estou virando esta página da minha vida", afirmou o campeão olímpico (50 m livre) e mundial (50 m e 100 m livre). Ele é o detentor do recorde mundial dessas duas provas.
O velocista estreará amanhã à noite (horário de Brasília) no Mundial de Xangai, competindo nos 50 m borboleta. Cielo também defenderá seus títulos nos 50 m e 100 m livre, além de integrar os revezamentos do Brasil.


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