São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 2011

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Empresários fogem de elefante branco

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

Sem isenção fiscal e dinheiro do BNDES, obras como o estádio do Itaquerão, o trem-bala e a ampliação dos aeroportos não têm qualquer viabilidade econômica no Brasil, a sétima maior economia do planeta.
Por viabilidade econômica, entenda-se "andar com as próprias pernas", pagando a dívida com a venda de ingressos e outras receitas.
Mesmo com o BNDES, o Corinthians precisaria pagar mais de R$ 130 milhões por ano para bancar sozinho as prestações do estádio. Quando tudo estiver em pé, a previsão (otimista) é arrecadar R$ 120 milhões.
A conta não fecha.
Com o incentivo fiscal, as prestações baixam para algo entre R$ 80 milhões e R$ 95 milhões, dependendo dos juros (estimados entre 9,9% e 13,46%, mas que podem bater em 16% ao ano).
Falta dinheiro para projetos que misturem alto risco (de dar errado), prazo longo (para surgir problemas) e ganhos estreitos (para compensar tanto risco).
Prevendo que faltaria recursos para obras, a presidente Dilma Rousseff lançou em dezembro, antes de assumir o mandato, pacote de estímulo ao crédito de longo prazo, principal gargalo financeiro nacional.
A ideia era "premiar" com isenção fiscal quem assumisse o risco desses projetos por um prazo de dez anos -horizonte de investimento inédito no país. Só que cada projeto deveria passar, obrigatoriamente, pelo crivo do respectivo ministério. Até hoje nenhum projeto saiu do papel.
"Criou-se um carimbo desnecessário, uma burocracia, e limitou-se a obras de infraestrutura. Na verdade, todos os projetos de longo prazo precisam de dinheiro", diz Julio Gomes de Almeida, economista especializado em infraestrutura.


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