São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 2011

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Começa julgamento de rival de Blatter

FIFA
Enquanto entidade decide futuro de acusado de corrupção, seu presidente vê final da Copa da América


DE SÃO PAULO

A Fifa inicia hoje o esvaziado julgamento do maior escândalo de sua história.
Seu Comitê de Ética espera ouvir o qatariano Mohamed bin Hammam, pivô da crise de corrupção que marcou a última eleição presidencial da entidade, em junho.
E deve dar um veredicto amanhã, sem a presença do presidente Joseph Blatter.
Bin Hammam, antigo aliado de Blatter, seria o adversário do suíço nas urnas. Mas abdicou de concorrer ao cargo e foi suspenso do posto do Comitê Executivo da entidade e da presidência da Confederação Asiática, acusado de tentar comprar votos.
O qatariano teria oferecido, por meio do ex-vice-presidente da Fifa Jack Warner US$ 40 mil (cerca de R$ 62 mil) a cada federação caribenha em troca de apoio.
Só que o escândalo transcende Bin Hammam. Ele atinge também Blatter (que admitiu ter sido avisado pelo opositor de sua intenção de distribuir dinheiro) e a escolha das sedes de duas edições da Copa do Mundo.
O dirigente asiático foi o líder da campanha que fez do Qatar o organizador do Mundial-2022. O pleito, que também levou o evento para a Rússia em 2018, foi repleto de denúncias de fraudes.
Em uma delas, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e outros três membros do Comitê Executivo foram acusados pelo ex-presidente da federação inglesa David Triesman de pedirem favores por votos para a Copa-2018.
Teixeira, aliás, chegou a apoiar a candidatura de Bin Hammam à Fifa, mas voltou atrás e ficou com Blatter.
Apesar do tamanho do escândalo, que atingiu praticamente todos os principais dirigentes da Fifa, o julgamento tende a ser esvaziado.
Blatter preferiu ir à Argentina para acompanhar a final da Copa América a testemunhar o desfecho do encontro.
E Jack Warner, que foi suspenso junto com o qatariano e prometeu, em vão, criar um tsunami na Fifa, renunciou à vice-presidência do órgão.
Com a renúncia, livrou-se do processo, que a Fifa decidiu encerrar devido à "presunção de inocência". A entidade ainda emitiu uma nota lamentando a decisão e agradecendo ao dirigente pelos "serviços prestados".


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