São Paulo, quinta-feira, 22 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TÊNIS

Brasileiro estréia contra Boutter, a quem nunca venceu, e pode pegar Safin, vice-líder do ranking, na segunda rodada

Guga tem chave difícil no Aberto dos EUA

FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem a condição de cabeça-de-chave, Gustavo Kuerten enfrenta uma chave difícil no Aberto dos EUA, que começa na segunda.
Fora de ação desde a derrota em seu primeiro jogo no Masters Series de Cincinnati, no dia 6 de agosto, o brasileiro estréia contra o francês Julien Boutter, 54º colocado no ranking de entradas.
Nas duas vezes em que Guga e Boutter se enfrentaram, o francês venceu. O último confronto foi na estréia no Aberto da Austrália, em janeiro. Tanto o Grand Slam americano como o australiano são disputados em quadra dura.
"É um jogo difícil, mas também em torneios como esse não tem muito o que escolher. Nas duas vezes que a gente jogou, eu perdi, mas treinei bem e estou feliz em poder participar do último Grand Slam do ano", disse Kuerten, 25.
Se conseguir uma vitória inédita sobre Boutter, Guga deve enfrentar na segunda rodada o russo Marat Safin, segundo colocado no ranking e na Corrida dos Campeões, que considera somente os resultados da temporada. Em 2000, Safin foi o campeão, e no ano passado, semifinalista.
A possibilidade de Guga enfrentar o vice-líder dos rankings da ATP acontece pelo fato de o brasileiro não ser cabeça-de-chave.
É a primeira vez desde o Aberto da Austrália-99 que ele enfrenta esta situação em Grand Slams.
Guga não foi incluído entre os 32 favoritos por causa de sua má colocação no ranking (46ª).
Se estivesse entre os cabeças-de-chave, o brasileiro poderia enfrentar outro adversário na mesma condição apenas na terceira rodada do torneio americano.
Em 2001, Kuerten, cabeça-de-chave número um, só pegou outro favorito (o russo Ievguêni Kafelnikov, sétimo) nas quartas-de-final, quando foi eliminado.
A campanha do ano passado, assim como a de 1999, é a melhor em cinco participações de Guga no Grand Slam americano.
Além da chave difícil, o brasileiro luta contra os problemas de adaptação em quadra dura.
Desde a cirurgia no quadril direito, em fevereiro, Kuerten só disputou cinco partidas no piso, com apenas duas vitórias.
O brasileiro chegou a desistir do jogo contra o romeno Andrei Pavel, na estréia do Masters Series de Toronto, alegando cansaço e fraqueza na perna direita. A atitude gerou críticas públicas do técnico Larri Passos ao atleta.
A dupla reservou as duas semanas anteriores ao Aberto dos EUA só para os treinos. Com isso, Guga deixou de defender pontos em Indianápolis, na semana passada, e caiu ainda mais no ranking.
Larri afirmou estar confiante na preparação. "Passamos umas 36 horas em quadra, e o Guga fez muito bem o trabalho dele."
Ontem pela manhã, eles fizeram o último treino em Florianópolis, no qual priorizaram o saque-voleio e a devolução de serviço.
Guga e Larri viajariam ontem para Nova York e já devem treinar hoje. "Vamos antes para já treinarmos lá, com as bolas do torneio, as quadras e com a temperatura ambiente", afirmou Larri.
Outros três brasileiros jogam o torneio nos EUA. André Sá estréia contra Feliciano Lopez (ESP); Fernando Meligeni, contra Agustin Calleri (ARG), e Flávio Saretta, contra Kenneth Carlsen (DIN).


Texto Anterior: Futebol: Kahn volta aos treinos no Bayern de Munique
Próximo Texto: O que é, o que é?: Torneio faz parte da principal série do tênis mundial
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.