São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2004

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Atenas conhece homem mais rápido do mundo sob a sombra de doping

DO ENVIADO A ATENAS

O instante da largada está marcado. Às 23h10 de Atenas, 17h10 de Brasília, os oito melhores velocistas do planeta partirão para a disputa da mais clássica prova do atletismo, os 100 m. Tudo o que o COI e o Athoc esperam é que ela acabe dez segundos depois. Que não tenha desdobramentos ou mudanças de resultados. Que o fantasma do doping não apareça.
Seria uma mancha para os Jogos, assim como foi a desclassificação de Ben Johnson em Seul.
Mas o receio existe, embora ninguém do COI ou da organização da Olimpíada fale abertamente.
E tem nome: Trevor Graham. Ele não corre, não salta, nunca disputou uma final olímpica. Jamaicano, 40, é treinador de Shawn Crawford e Justin Gatlin.
Não faltam motivos para preocupações. Graham era o técnico de Marion Jones em Sydney. Trabalhou com Tim Montgomery, recordista dos 100 m e que, estranhamente, não obteve vaga para Atenas. Foi, até 2001, sócio do Balco (laboratório que fabricava o esteróide THG). E viu, de um ano para cá, seis de seus atletas serem pegos no antidoping.
Mais: foi acusado formalmente pelo arremessador de peso C.J. Hunter, ex-marido de Jones, de injetar drogas em seus atletas.
Crawford e Gatlin disputariam ontem à tarde as quartas-de-final dos 100 m. Caso passassem, correrão hoje as semifinais às 14h55.
Para eles, mera formalidade. Ontem, Crawford, que tem o melhor tempo do ano -9s88- foi o mais rápido nas primeiras baterias, com 10s02. O jamaicano Asafa Powell foi o segundo, com 10s06, um centésimo mais veloz do que Gatlin. Três brasileiros correriam: Jarbas Mascarenhas, André Domingos e Vicente Lenilson. (FABIO SEIXAS)


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