São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2004

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FUTEBOL

Técnicos que jamais venceram o Brasileiro brigam pelo título com o santista, que já levantou a taça quatro vezes

"Virgens" tentam destronar Luxemburgo

EDUARDO ARRUDA
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasileiro deste ano virou uma perseguição de técnicos que nunca sentiram o gosto de vencer o Nacional a Vanderlei Luxemburgo, maior colecionador de títulos da história da competição.
Os concorrentes de Luxemburgo torcem para que o Santos, vice-líder do torneio, tenha dificuldades hoje ao mandar seu jogo contra o Figueirense, em Mogi Mirim (perdeu um mando).
Porém o principal deles depende só do desempenho de seu time para se manter à frente do rival. Basta que o Palmeiras derrote o Vitória pra que Estevam Soares continue no topo da tabela.
Ele puxa a fila de treinadores que têm chances de abocanhar o seu primeiro Brasileiro. Na turma, estão profissionais rodados, como Levir Culpi, do Atlético-PR.
"É muito difícil vencer o Luxemburgo. Ele é uma raposa, é astuto e conhece como poucos o caminho nesse torneio", diz Soares, que antes de assumir o Palmeiras dirigiu a Ponte Preta.
"Nós [novos treinadores] estamos no escuro, mas vamos tentar encontrar a luz. Chegou o momento da renovação, de técnicos com mais dinâmica", acredita o treinador palmeirense.
Além de Soares, aparece bem na briga o ex-zagueiro Nenê, que agora é conhecido também por seu sobrenome (Santana) e comanda a Ponte Preta, terceira colocada. Outro potencial candidato, e até elogiado por Luxemburgo, é o são-paulino Cuca, quarto.
"Eu acho que o Luxemburgo está um nível acima dos outros", diz ele, que aponta uma diferença entre o santista e os demais.
"Ele sempre teve sucesso nos times que dirigiu porque sempre conseguiu trazer os jogadores que queria", afirmou Cuca.
"Se você monta sua equipe, os jogadores que você contrata têm uma dívida de gratidão com você. O Luxemburgo sabe usar isso como ninguém a seu favor."
Dos primeiros colocados, só o Santos é comandado por um técnico que já colocou a faixa de campeão nacional no peito.
"Eu não me considero o melhor técnico do país. O Brasil tem uma geração muito boa de treinadores, como Bonamigo e Cuca, que são dois jovens de muito valor e que estão se firmando. O técnico brasileiro está entre os melhores do mundo, se não for o melhor", afirma o treinador santista, que levantou a taça em quatro edições do torneio e é o maior favorito para ganhar neste ano.
Mas, segundo Luxemburgo, o Brasileiro deste ano só será definido nas últimas rodadas.
"Daqui a pouco a gente vai saber quem pode e quem não pode ser campeão. Todo mundo está de olho no Santos, mas nada está definido. Muita coisa pode mudar", acredita o santista.
Enquanto os aspirantes ao primeiro troféu brigam no alto da tabela, ex-campeões do Brasileiro ficaram pelo caminho.
Foi assim com Emerson Leão, dono do título de 2002 com o Santos. Ele começou o campeonato no time da Vila Belmiro, mas não fez a equipe engrenar e saiu. Ganhou nova chance no Cruzeiro, mas acabou demitido. Agora negocia com o Fluminense.
Oswaldo de Oliveira, campeão com o Corinthians em 1999, também fracassou duas vezes neste ano. Uma com o clube que o revelou e outra no comando do Vitória. O time baiano o demitiu na semana passada.
Geninho, vencedor com o Atlético-PR, em 2001, agoniza à frente do Vasco, que terminou a última rodada na 18º posição. Uma derrota hoje diante do Guarani pode custar-lhe o emprego.
Joel Santana, que um ano antes de Geninho ganhou o Brasileiro com o Vasco, herdando o cargo de Oliveira no fim do campeonato, também está longe da disputa pelas primeiras posições. Com o Internacional, terminou a rodada anterior em 12º lugar.


Colaborou o "Agora"

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