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Recorde foi destino, diz artilheiro Rogério, 64 gols
Goleiro afirma ser apenas "um produto do clube" e nega ter planejado façanha
Capitão são-paulino
"perdoa" Mário Sérgio, que
não o deixou bater faltas
quando foi seu treinador, e
evita polêmica com seleção
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
No dia seguinte à quebra do
recorde mundial de gols feitos
por um goleiro, Rogério, 33,
manteve o tom modesto.
"Nunca tive meta, não pensei
em ser goleiro, nunca sonhei
ser atleta profissional. Eu só vivi a vida. O destino quis assim."
Disse que trocaria a marca
pelo tetra da Libertadores, perdido na última quarta-feira.
"Trocaria por esse, trocaria
pela Copa do Brasil que perdemos no Mineirão, em 2000.
Mas no futebol não há essas
trocas", lamentou o goleiro,
que afirma não ter buscado essas marcas. Diante do espelho,
diz apenas ver um "homem que
está ficando careca".
A todos, o goleiro dos 64 gols
respondia humilde, elogiava o
grupo -"uma baita equipe"-,
glorificava o clube. "Vocês [jornalistas] só estão aqui por causa do São Paulo. Eu sou apenas
um produto desse clube."
Lembrado na coletiva como
ídolo das crianças, respeitado
pelos torcedores rivais, mostrou uma faceta que perdoa até
com quem retardou a quebra
do recorde de 62 gols, que pertencia ao paraguaio Chilavert.
"Tenho uma boa relação com
o Mário Sérgio [técnico do São
Paulo em 1998 que não o permitia bater faltas], que já me
disse que, se soubesse que ia fazer tantos gols, teria me deixado bater faltas e pênaltis."
Um lado menos leve só aflorou no fim quando foi indagado
pela Folha se o tom modesto
teria a ver com a experiência na
Copa-06, num time marcado
pelas quebras de recordes e pelo fiasco coletivo.
Primeiro, Rogério quis saber
que jornal estava perguntando.
Depois, respondeu seco.
"Aquele grupo não buscava
recordes pessoais, queria a Copa. Apenas não conseguiu."
O vice de futebol, João Paulo
de Jesus Lopes, afirmou que o
clube ainda não sabe que homenagem o goleiro deve receber. "Estamos estudando. Com
certeza, ele é merecedor."
Jesus Lopes negou rumor de
que o clube está de olho no palmeirense Diego Cavalieri. "Não
precisamos de goleiros agora.
Até liguei para o presidente
Della Monica para esclarecer."
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