São Paulo, sexta-feira, 22 de agosto de 2008

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Seleção faz Palmeiras questionar Luxemburgo

Goleada e nome do técnico citado em eventual sucessão no Brasil alertam clube Conselheiros já defendem que diretoria se reúna com treinador para um puxão de orelhas, a fim de evitar a perda de concentração

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

No momento em que cresce a possibilidade de haver uma troca de técnico no comando da seleção brasileira, Vanderlei Luxemburgo enfrenta momento tenso no Palmeiras.
A equipe sofreu uma goleada justamente quando cartolas do Parque Antarctica já temiam que o desempenho do técnico fosse afetado por seu nome aparecer entre os cotados para substituir Dunga, em caso de demissão na seleção brasileira.
Após os 4 a 1 para o Inter, anteontem, conselheiros palmeirenses já falam em uma conversa entre diretoria e Luxemburgo para evitar que haja perda de concentração do treinador. Argumentam que a troca de comando no time nacional mexe com a cabeça do técnico.
A pressão, porém, já não se limita aos gabinetes do Parque Antarctica. Chegou à torcida.
Ontem, muros e portões do CT e do estádio apareceram pichados. Além de frases como "vergonha", houve o pedido de saída dos zagueiros Jeci e Gladstone, jogadores indicados por Luxemburgo.
A preocupação com o "efeito seleção" sobre Luxemburgo já atrai as atenções da cúpula do Palmeiras há algum tempo.
Antes de perder para o Inter, palmeirenses foram alertados por cartolas de outros times sobre o risco de Luxemburgo perder o foco enquanto a situação na seleção segue indefinida.
Coincidentemente, nas últimas vezes em que houve sucessão de treinador no time nacional, o período de indefinição entre a saída do demitido e a contratação do novo comandante da seleção brasileira coincide com fases de vacilo das equipes de Luxemburgo.
Em 2001, a troca de Leão por Luiz Felipe Scolari aconteceu ao mesmo tempo em que o Corinthians do treinador decidia -e perdia- um título de Copa do Brasil para o Grêmio.
Depois, entre a saída de Scolari e a volta de Carlos Alberto Parreira (período que durou de agosto a dezembro de 2002), o Cruzeiro de Luxemburgo nem chegou à fase final do Nacional.
Entre a demissão de Parreira e a contratação de Dunga, em 2006, o Santos comandado pelo atual palmeirense jogou três partidas no Brasileiro. Perdeu duas e venceu apenas uma.
A cúpula alviverde também trabalha com a informação de que seu técnico mantém contatos com gente próxima a Ricardo Teixeira visando seu retorno ao time nacional, quando o cargo estiver vago.
A discussão sobre haver dispersão de Luxemburgo em seu trabalho no Palmeiras, no entanto, não apareceu apenas agora no Parque Antarctica.
Há na diretoria quem reclame de que ele perdeu a concentração quando disse publicamente ter proposta do Lyon.
Essa questão foi levantada também no site oficial do movimento Muda Palmeiras, grupo que tem como expoentes alguns dos principais dirigentes do clube, como o vice Gilberto Cipullo e o diretor de planejamento Luiz Gonzaga Belluzzo.
Em uma espécie de editorial, datado de 13 de junho, o grupo levantava dúvidas sobre a dedicação total do técnico ao clube.
"É preciso definir a situação de quem fica e de quem sai, principalmente o nosso técnico Vanderlei Luxemburgo", cita o texto, entitulado "Nosso projeto e Vanderlei Luxemburgo", que conta que Cipullo chegou a debater o tema com o técnico.


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