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Seleção faz Palmeiras questionar Luxemburgo
Goleada e nome do técnico citado em eventual sucessão no Brasil alertam clube
Conselheiros já defendem que diretoria se reúna com treinador para um puxão de orelhas, a fim de evitar a perda de concentração
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
No momento em que cresce a
possibilidade de haver uma troca de técnico no comando da
seleção brasileira, Vanderlei
Luxemburgo enfrenta momento tenso no Palmeiras.
A equipe sofreu uma goleada
justamente quando cartolas do
Parque Antarctica já temiam
que o desempenho do técnico
fosse afetado por seu nome
aparecer entre os cotados para
substituir Dunga, em caso de
demissão na seleção brasileira.
Após os 4 a 1 para o Inter, anteontem, conselheiros palmeirenses já falam em uma conversa entre diretoria e Luxemburgo para evitar que haja perda de
concentração do treinador. Argumentam que a troca de comando no time nacional mexe
com a cabeça do técnico.
A pressão, porém, já não se limita aos gabinetes do Parque
Antarctica. Chegou à torcida.
Ontem, muros e portões do
CT e do estádio apareceram pichados. Além de frases como
"vergonha", houve o pedido de
saída dos zagueiros Jeci e
Gladstone, jogadores indicados
por Luxemburgo.
A preocupação com o "efeito
seleção" sobre Luxemburgo já
atrai as atenções da cúpula do
Palmeiras há algum tempo.
Antes de perder para o Inter,
palmeirenses foram alertados
por cartolas de outros times sobre o risco de Luxemburgo perder o foco enquanto a situação
na seleção segue indefinida.
Coincidentemente, nas últimas vezes em que houve sucessão de treinador no time nacional, o período de indefinição
entre a saída do demitido e a
contratação do novo comandante da seleção brasileira
coincide com fases de vacilo
das equipes de Luxemburgo.
Em 2001, a troca de Leão por
Luiz Felipe Scolari aconteceu
ao mesmo tempo em que o Corinthians do treinador decidia
-e perdia- um título de Copa
do Brasil para o Grêmio.
Depois, entre a saída de Scolari e a volta de Carlos Alberto
Parreira (período que durou de
agosto a dezembro de 2002), o
Cruzeiro de Luxemburgo nem
chegou à fase final do Nacional.
Entre a demissão de Parreira
e a contratação de Dunga, em
2006, o Santos comandado pelo atual palmeirense jogou três
partidas no Brasileiro. Perdeu
duas e venceu apenas uma.
A cúpula alviverde também
trabalha com a informação de
que seu técnico mantém contatos com gente próxima a Ricardo Teixeira visando seu retorno ao time nacional, quando o
cargo estiver vago.
A discussão sobre haver dispersão de Luxemburgo em seu
trabalho no Palmeiras, no entanto, não apareceu apenas
agora no Parque Antarctica.
Há na diretoria quem reclame de que ele perdeu a concentração quando disse publicamente ter proposta do Lyon.
Essa questão foi levantada
também no site oficial do movimento Muda Palmeiras, grupo
que tem como expoentes alguns dos principais dirigentes
do clube, como o vice Gilberto
Cipullo e o diretor de planejamento Luiz Gonzaga Belluzzo.
Em uma espécie de editorial,
datado de 13 de junho, o grupo
levantava dúvidas sobre a dedicação total do técnico ao clube.
"É preciso definir a situação
de quem fica e de quem sai,
principalmente o nosso técnico
Vanderlei Luxemburgo", cita o
texto, entitulado "Nosso projeto e Vanderlei Luxemburgo",
que conta que Cipullo chegou a
debater o tema com o técnico.
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