São Paulo, sexta-feira, 22 de agosto de 2008

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Proeiro diz que adaptou barco para os Jogos

DO ENVIADO A QINGDAO

Bruno Prada, o proeiro que forma a dupla com Robert Scheidt, finalmente revelou o segredo que vinha mantendo havia tempos, que representava uma das esperanças de medalha na Olimpíada: uma espécie de alavanca, que alivia a tensão no mastro e deixa a vela principal mais aberta.
"É uma peça simples, é só olhar no barco. Fizemos essa adaptação. Quando o pessoal viu aqui, não dava mais tempo de copiar", disse Prada.
Feliz com a medalha em sua primeira Olimpíada, com a responsabilidade de trabalhar com um campeão do nível de Scheidt, Prada foi muito elogiado pelo companheiro, que já anunciou a manutenção da parceria.
"Ele é muito dedicado, trabalha bastante e conhece a vela. Eu sou bastante procurado para as entrevistas, e ele fica sempre de lado, mas a medalha é 50% dele", fez questão de declarar Scheidt.
Prada realizou muito trabalho de preparação física e chegou a engordar cerca de 14 kg (mede 1,88 m e pesa 112 kg), conforme informou, para cumprir melhor sua função, ajudando no equilíbrio do barco da dupla.
Aliás, ele sempre teve problemas para navegar por causa do tamanho. Passou por várias classes, que lhe trouxeram experiência: pinguim, laser, optimist, holder, snipe e finn. Nesta última categoria, conquistou um bronze nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg-99.
Quando Scheidt decidiu trocar a classe laser pela star, optou pelo amigo de infância, que vem de família de velejadores e navega desde os nove anos.
"Espero que tudo isso não seja sonho e que eu acorde amanhã achando que estou em 11º lugar", falou Prada sobre a conquista da prata.
Depois de um mês em Qingdao -a dupla chegou cedo para treinar-, Prada disse que sentia saudades da mulher, Carla, e dos filhos Ricardo, 7, e Giovana, 5.
"Foi festa no Brasil", disse.
Ontem mesmo ele sentiu a importância da medalha. Ao posar para fotos, a pedidos, esqueceu a medalha dentro do blusão. "É medalha cara, a medalha que vale. Vai se acostumando. Agora ela vai ter de ficar dentro do bolso por um bom tempo. Pediu foto, vai para o pescoço", brincou Scheidt. (EA)


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