São Paulo, sábado, 22 de agosto de 2009

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MOTOR

Adorável delator


"Outsider", sérvio denuncia FIA para a Comissão Europeia e revela novo escândalo no modus operandi da entidade


FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

Z ORAN STEFANOVIC é sérvio, tem 49 anos, vive em Belgrado e é hoje um incômodo pedregulho no Ortopé de Bernie Ecclestone. Porque pode melar seus planos para a próxima temporada da F-1.
É um empreendedor, dono da Amco, empresa de engenharia que atua com força nos setores automotivo e aeroespacial. E, empolgado com a concorrência aberta pela FIA meses atrás, decidiu se lançar na luta por duas vagas no grid de 2010.
Fazia toda a lógica para seu negócio, explica. Estar na F-1 não apenas promoveria uma simbiose entre as especialidades de seu conglomerado como também aperfeiçoaria seus produtos e divulgaria sua marca.
Stefanovic criou então a Stefan Grand Prix, deslocou engenheiros para o projeto, contratou Mike Coughlan -aquele. Com a força financeira do seu grupo, um dos maiores túneis de vento da Europa e a papelada enviada à FIA no prazo, achava que tinha alguma chance.
Mas Stefanovic não é do meio.
Não pertence às turminhas que rondam a F-1 e a GP2, não tem o rabo preso com Ecclestone ou Mosley.
O que é ótimo. Porque, ao ter o pedido negado, pôs a boca no mundo.
O sérvio revelou uma perniciosa ligação entre a FIA e a Cosworth. "A Cosworth nos informou, por escrito, que, se não usássemos os motores deles, não teríamos nenhuma chance na concorrência", denunciou, em entrevistas para todo lado nos últimos dias. Um esquema, enfim, com toda a carga negativa que a palavra carrega e que conhecemos tão bem.
Não aceitou. Perdeu. E não se surpreendeu ao ver que as três eleitas, Manor, Campos e USF1, estavam fechadas com a fabricante inglesa.
Mas não ficou nisso. Stefanovic protestou à Comissão Europeia, acusando a FIA de práticas anticompetitivas. Se tiver mesmo tudo documentado, as chances de a FIA ter de reabrir o grid são grandes. Como Mosley sairá em outubro, o problema deve estourar nas mãos de um presidente novato. Ou seja, o rojão acabaria nas mãos de Ecclestone. Isso, é claro, se não derem um jeitinho de calarem o sérvio. Que isso não aconteça. Seria um desperdício.

MERCADO 1
O calendário indica fim de agosto e, apesar de conversar com muita gente desde o revés com a Honda, em janeiro, a Petrobras não acertou com nenhuma escuderia. Já não há tempo hábil para assinar, desenvolver e testar gasolina para a próxima temporada. A marca não retornará para a F-1 em 2010.

MERCADO 2
Segundo o "Marca", a Campos terá De la Rosa e Petrov. Bruno conversa na Manor e na Force India. Nelsinho está na fase de sondagem. Di Grassi deve ficar na Renault, por ora, à espera da ida de Alonso para a Ferrari ou do fiasco de Grosjean -dois acontecimentos prováveis.

fabioseixas.folha@uol.com.br


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