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MUDANÇA
Só uma vitória em três jogos e ataque ineficaz levam Adilson a pensar em mexer no time hoje
MARTÍN FERNANDEZ
DE SÃO PAULO
Adilson Batista quer mudar o time mesmo com a boa
situação do Corinthians no
Brasileiro. É o vice-líder, com
28 pontos, e não pode ser alcançado nesta rodada.
Mas a derrota na última semana, 3 a 2 para o Avaí, faz o
treinador pensar em mudanças no esquema tático e na
escalação da equipe, que ele
assumiu só há três rodadas.
Sob o comando de Adilson, o Corinthians somou
quatro pontos em nove possíveis. Empatou por 1 a 1 com o
Palmeiras, bateu o Flamengo
(1 a 0, também no Pacaembu)
e perdeu em Florianópolis.
Em todas as partidas, Adilson mudou o esquema tático.
Jogou ora com dois, ora com
três atacantes, num esquema
mais parecido ao que Mano
Menezes empregou no ano
passado, quando conquistou
o Paulista e a Copa do Brasil.
Independentemente do
esquema e do resultado, uma
carência do Corinthians ficou evidente nessas três partidas. O time precisa, e muito, de um centroavante.
O diagnóstico foi feito pelo
próprio Adilson, que hoje pode dar chance ao pouco convincente Souza entre os titulares. Recuperado de uma lesão no joelho direito, o eterno reserva de Ronaldo treinou durante a semana e pode
ser uma alternativa a Iarley.
Na sexta-feira, o técnico
fez um treino fechado. E citou o treinador rival. "O Baresi é novo, vamos deixá-lo
pensando", afirmou Adilson,
sobre o interino tricolor.
"Fizemos alguns trabalhos
em cima de observações que
fiz do São Paulo. Alguma coisa deve mudar, um jogador,
um posicionamento. Espero
que os jogadores consigam
executar", completou.
Dentinho, ainda lesionado, não joga. Assim como Ronaldo, longe da forma ideal.
"Futebol é simples, não
precisa inventar", declarou.
"Sem a bola, tem que marcar.
Com a bola, tem que jogar."
Mas, quando dirigiu o Cruzeiro (2008-2009), Adilson
ganhou o apelido de Professor Pardal pelas invencionices táticas. No Corinthians, a
única improvisação até agora foi escalar o zagueiro
Leandro Castán na lateral esquerda, logo na estreia, no
clássico com o Palmeiras.
Por outro lado, Adilson
também trouxe do Cruzeiro
um retrospecto espetacular
em clássicos. Foram 12 partidas diante do Atlético-MG,
com nove vitórias, dois empates e uma derrota, por 3
a 0, quando escalou a equipe
celeste com reservas.
Hoje, o técnico enfrenta
seu segundo clássico paulista em quatro rodadas. "A
gente não pode escolher adversário", desconversou.
"Nosso momento talvez seja
melhor, mas vejo equilíbrio."
Interino , Baresi inicia revolução no clube e precisa de um triunfo para dar respaldo a inovações
LUCAS REIS
DE SÃO PAULO
Sérgio Baresi precisa mudar o time. O São Paulo vive
momento delicado no Brasileiro. É o 13º colocado e pode
terminar a rodada perto da
zona de rebaixamento.
Mais do que mexer na
equipe, Baresi, que fará hoje
seu segundo jogo como treinador interino do São Paulo,
já provoca uma pequena revolução no time do Morumbi.
Vencer o Corinthians hoje
significará o "start" para
uma ascensão são-paulina e
a simpatia definitiva do torcedor são-paulino com seu
novo treinador, efetivado sob
olhos de desconfiança.
E pode mostrar que as suas
inovações fazem sentido.
Baresi fecha seus treinamentos, mas não tem problema em revelar a maior parte
do que esconde. Treina jogadas ensaiadas à exaustão,
coisa que seus antecessores,
Muricy Ramalho e Ricardo
Gomes, pouco faziam.
Durante a semana, realizou treinamento com 12 titulares. "Os trabalhos, todos,
sem exceção, saíram da minha cabeça. Há trabalhos em
que precisamos de cinco goleiros ao mesmo tempo."
Sua idade -tem 37 anos,
pouco para um treinador de
time de ponta- estreita sua
relação com os jogadores.
"Eles me abraçaram mesmo. Sinto que eles gostam do
tipo de trabalho que implantamos aqui. Se você for analisar, são os mesmos trabalhos
que eu fazia lá embaixo [na
equipe de base], um trabalho
dinâmico, atualizado", disse
o treinador, campeão da Copa São Paulo deste ano com
os garotos tricolores.
O fato é que, em apenas 13
dias à frente do clube (substituiu Ricardo Gomes), Baresi
tirou o dia a dia dos treinamentos do São Paulo de um
habitual marasmo. E até já
ganhou fama de CDF por
causa das horas que passa
estudando os adversários.
Ele elabora um dossiê sobre o próximo rival e o distribui aos jogadores. "O Corinthians deve repetir a escalação do último jogo. Levantei
que não tem ninguém suspenso nem machucado. É isso que fazemos, montamos
informações, mostramos as
principais jogadas", disse.
Em sua estreia, empatou
com o Cruzeiro em casa (2 a
2), no sufoco, mas foi elogiado por diretoria e torcedores.
Em apenas uma partida, já
foi possível notar mudanças
na equipe, que criou mais jogadas e chances de gol.
Anteontem, deu mostras
de que também é ousado.
Barrou Dagoberto do clássico
de hoje -não fica nem no
banco-, alegando que o atacante teve uma semana de
treinos ruim. "Sou um técnico que olha a semana inteira
do atleta, independentemente do nome e do estrelato."
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